| 
                       
                    MAGDA PORTAL 
                     
                    Magda Portal (1900-1989), de  espíritu rebelde, abrazó la ideología revolucionaria. Es la peruana que más  destierros torturas y prisiones sufrió por obra de varias dictaduras  latinoamericanas. 
                      
                    TEXTOS EN  ESPAÑOL   -  TEXTOS EM  PORTUGUÊS 
                      
                    
                     
PACIFIC STEAM 
                      
                    recien noche vientre negro de fiera amaestrada  
                    tus pasillos se encienden con luciérnagas de sueño 
                      
                    arrinconada está la flor de mis veinte años  
                    como una niña de cabellos largos 
                      
                    mar del color del jersey de la mañana 
                      
                    balanceo embriagante 
                      
                    sin palabras - armonía de lo silencioso 
                      
                    cortando el trasatlántico el presente  
                    enarboladas manos de adiós - 
                      
                    gritaban las gaviotas  
                    pañuelos inútiles - sin respuesta 
                      
                    II    el rojo capitán  obeso - i el japonés  
                    de ojos tatuados de deseo -  
                    flechas tiradas al azar - las siluetas de las  
                    pasajeras - 
                      
                    la pianola es un grito destemplado  
                    el corazón del mar abrazado de oscuridad 
                      
                    viajeras pálidas - ojos anestesiantes-  
                    hombres que fuman cigarrillos de recuerdo 
                      
                    !   por las claraboyas de  la noche  
                    se asomó la mañana 
                      
                    EN SUS MANOS TRAÍA LA COSTA — 
                      
                      
                    15 
                      
                    la luna de aumento de la mañana  
                    ha duplicado al paisaje matemático  
                    ahora todo tiene un noble porcentaje  de Sol 
                      
                    mi cuerpo finó de mujer civilizada  
                    arrebujado en brumas neurasténicas 
                    se desnuda a la ducha de un  bienestar 
                    acariciante— 
                      
                    recorrienzo el horario de la sonrisa  
                    el calendario retrocede  
                                                   sobre mi viejo  pensamiento 
                      
                    "El trabajo intelectual  perjudica  
                    la belleza del rostro" Osear  Wilde— 
                      
                    i como todo es relativo 
                              pongámosle  un poco de belleza  
                    a estos días heroicos  
                    acribillados de números de acero;  celuloides 
                              de  cartas, etc. etc. 
                      
                    yo tengo preso el sueño de la Vida  
                    pájaro en jaula de hierro 
                              con  una puertecitaa la esperanza 
                      
                    el Sol sale todos los días 
                              de sus telarañas de nubes— 
                      
                      
                    MASCARA 
                      
                    el rotundo perfil destacado 
                    en la calavera amarfilada 
                    de cuencas llenas por dos ojos de 
                    vidrios, donde aveces 
                    ponen sus iris unas lágrimas — 
                      
                    Anticipo de muerte! — 
                      
                    Espejo inoportuno 
                    de una víspera de festín macabro —  
                      Apretada en la camisa de fuerza  
                    de la tierra — 
                                         como la  última  
                    venganza de los hombres — 
                      
                    Ah cuando el mar! 
                    Con sus jardines de luz viva 
                    sus peces tornasol 
                    i su perenne canto 
                    sostendría mi danza extasiada 
                    por los siglos de los siglos — 
                    
                                 — Amen — 
                      
                      
                      
                      
                  TEXTOS EM PORTUGUÊS 
                      Tradução  de Antonio Miranda 
                        
                    PACIFIC  STEAM 
                       
                      recente noite ventre  negro de fera amestrada 
                        teus corredores acendem com pirilampos de sonho 
   
                        encurralada está a flor de meus vinte anos 
                        igual que uma menina de cabelos longos 
   
                        mar de cor do Jersey da manhã 
                        balanço embriagante 
                        sem palavras – harmonia do silencioso 
   
                        cortando o transatlântico o presente 
                        alçadas mãos do adeus — 
                      gritavam  as gaivotas 
                        lenços inúteis — sem resposta 
   
                        o rubro capitão obeso — e o japonês 
                        de olhos tatuados de desejo — 
                        flechas lanças a esmo — as silhuetas de 
                        passageiras — 
            o  piano é um grito destemperado 
                        o coração do mar abraçado de escuridão 
                    viajantes pálidas — olhos  anestesiantes 
                      homens que fumam cigarros de lembrança 
   
                      pelas claraboias da noite 
                      surgiu a manhã 
                      EM SUAS MÃOS TRAZIA A COSTA — 
                      
                    15 
                     
                      a lua de aumento da manhã 
                      duplicou a paisagem matemática 
                      agora tudo tem uma porcentagem nobre de sol 
   
                      meu corpo fino de mulher civilizada 
                      embrulhado em brumas neurastênicas 
                      despe-se no banho de um bem estar 
                      acariciante — 
                      recomeço o horário do sorriso 
                      o calendário retrocede  
                      sobre  um velho pensamento 
                     
                    “O trabalho intelectual prejudica 
                      a beleza do rosto”  Oscar Wilde — 
                    e como tudo é relativo 
            apliquemos  um pouco de beleza 
                      nestes dias heroicos 
                      perfurados de números de aço; celuloides 
            de  baralhos, etc, etc.  
                    eu levo preso o sonho da Vida 
                      pássaro em jaula de ferro 
            com  uma portinha para a esperança 
   
                      o Sol desponta todos os dias 
            de  suas teias de aranha de nuvens — 
                      
                    MÁSCARA 
                       
                      o rotundo perfil destacado 
                      na caveira de marfim 
                      com órbitas cheias de olhos de  
                      vidros, onde às vezes 
                      põem suas íris umas lágrimas — 
                    Antecipação da morte! — 
                       
                      Espelho inoportuno 
                      de uma véspera de festim macabro 
                      Apertada na camisa de força 
                      da terra — 
                      como  a última 
                      vingança ados homens — 
                    Ah quando o mar! 
                      Com seus jardins de luz viva 
                      seus peixes furta-cores 
                      e seu canto perene 
                      sustaria minha dança extasiada 
                      pelos séculos dos séculos — 
          — Amém — 
    
                     
                  Página  publicada em maio de 2013 
 
                    
  |