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ALEJANDRO PERALTA

 

“Por otro lado, consideramos que Alejandro Peralta es el filtro poético de asimilación para la nueva lírica que incendiaba el planeta. Es cierto que tomaron los postulados en la parte normativa de la lírica europea, como lo hace saber en el prólogo a la edición facsimilar de Ande. El Kollao:

    (…) son muchos los aspectos en que Ande y El Kallao coinciden: el formato vanguardista de sus versos, la ausencia de la puntuación, las metáforas utilizadas, el uso de los tiempos presentes, las personificaciones de la naturaleza, la construcción de un espacio andino dinámico e intenso, son algunos aspectos de continuidad entre ambos libros. En El Kollao, Peralta insiste en un paisaje que, siendo diseñado con elementos y recursos del bagaje vanguardista (aunque ya no con la maquinaria que le da un leve acento de entusiasmo futurista a Ande), permite la identificación, por parte del lector, con la intensa geografía emocional andina y altiplánica que el autor buscaba  representar.

Los dos libros de poesía de Alejandro Peralta, Ande y El Kollao, significan los grandes logros de la vanguardia peruana, sobre todo porque trazan una ruta conveniente para las futuras generaciones, que llegaría a extenderse hasta la mitad de la década del cuarenta.”  Dimas Arrieta          Fuente: http://www.librosperuanos.com/

 

TEXTOS EN ESPAÑOL – TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

s  i  e  m  b  r  a

Todo está bien
Ahora a darse viento

Hoy más que nunca siento tus dientes en mis artérias

Pero mejor esá así
Muy bien

                    Pronto vendrán los días com los labios gastados
                    i llenas de suturas las espaldas
                    Hasta entonces que se te aclaren las escleróticas

                    YO VOY A SEMBRAR PALABRAS

 

a  g  u  a    f  u  e  r  t  e

Sobre una pared trunca
el sol se ha roto un ala

Siento un vaho de sangre que me quema

Estar sólo i al borde de este charco de sangre
i no tener quien grite por mi boca

Cómo será de triste mi cuerpo
cuando sea esta misma hora de durazno
i cante una mujer junto al río
lenguá selada
de cantos mañaneros
i me vaya amarrado
SOBRE LOS HOMBROS DE CUATRO ESQUELETOS


n  o  t  u  r  n  o    d  e    s  u  b  u  r  b  i  o

Andar volando

L a s   a l a s   s o b r e   l a s   l o s a s

Voy a ocultar en las sombras mi escapulario de llagas

Pero  por qué  há  de  ser así?
s i e m p r e   a s í

Bueno
Déjame andar siquiera por las calles

Para nada   Para todo
guardamos los harapos de los días
i el alma en los vestidos viejos

En plena bocacalle
como un buho has caído de tu ausencia

l  u  n  a  r  i  o    m  u  s  i  c  a  l

Se han volcado las fuentes de l aluna
i mi cuarto es um lago de aromas

Beethoven
en la penumbra se alborota la melena

El silencio se moja la nuca bajo uma ducha de estrelas

En mi boca-cilindro musical
juega como um confite el plenilúnio

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda

 

s  e  m  e  a  d  u  r  a

Tudo está bem

 

Agora a ventar

 

Hoje mais que nunca sinto teus
                    dentes em minhas artérias

Mas assim está melhor

Tudo bem

          Logo virão os dias com os lábios rotos
          e com suturas nas costas
          Até então que se aclarem as escleróticas

EU VOU SEMEAR PALAVRAS


a  g  u  a     f  o  r  t  e

Sobre uma parede decepada
o sol rompeu uma asa

Sinto um bafo de sangue que me queima

Estar só e à beira desta poça de sangue

e não ter quem grite por minha boca

Que triste vai ser meu corpo
quando seja esta mesma hora de pêssego
e cante uma mulher junto ao rio
língua salgada
de cantos matinais
e que eu vá amarrado
SOBRE OS OMBROS  DE QUATRO ESQUELETOS

 

n  o  t   u  r  n  o   de   s  u  b  u  r  b  i  o

Andar voando

A s  a s a s  s o b r e  a s  l o u s a s

Vou ocultar nas sombras meu escapulário de chagas

Mas por que é assim?
s e m p r e  a s s i m

Tudo bem
Deixa-me andar ao menos pelas ruas

Para nada    Por tudo
guardamos os farrapos dos dias
e a alma nas roupas velhas

Na entrada da rua
como uma coruja despencaste de tua ausência

 

l  u  n  á  r  i  o    m  u  s  i  c  a  l

Revolveram-se as fontes da lua
e meu quarto é um lago de aromas

Beethoven
na penumbra alvoroça a cabeleira

O silêncio molha a nuca num banho de estrelas

Em minha boca-cilindro musical
brinca como um confete o plenilúnio.

 

 

Página publicada em maio de 2013


 

 


 

 

 
 
 
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