RUBÉN BAREIRO SAGUIER
Diplomata com larga folha de serviços a seu país, é autor de A la Víbora de
la Mar, Literatura Guaraní del Paraguay, El Séptimo Pétalo del Viento, Ojo
por Diente, entre outras.
TEXTO EN ESPAÑOL y/e TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de José Jeronymo Rivera
REVISTA DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL. Ano 3, jan./jun. No. 5 – jan./jun. 2021. Editor: Flavio R. Kothe. Brasília, DF: Editora Cajuína, Opção editora, 2023. 168 p. ISSN 2674-8495
TRADUÇÃO de FERNANDO MENDES VIANNA
e ANDERSON BRAGA HORTA
DESPERTAR
Porque alguém teceu a madrugada
De sereno flamante
E de limão dormido
Porque alguém foi bordando alternos peixes
Sobre o dorso do rio
E desenredando o novelo de folhas neblinosas
Porque alguém despertou as fibras do rocio
O vaivém do zodíaco
E esmagou as estrelas como bichos de luz
Porque alguém foi desfolhando de silêncios a torre
E povoando de cristal a campana
A ramagem
Porque alguém foi arvorejando de olhos a memória
Ao levantar os lençóis de linho
Porque alguém teceu a madrugada
Com fios de pasto úmido
Porque alguém tocou a trompa do dia. |
DESPERTAR
Porque alguien tejió la madrugada
De sereno flamante
Y de limón dormido
Porque alguien fue bordando alternos peces
Sobre el lomo del río
Y desenredando el ovillo de hojas neblinosas
Porque alguien despertó las fibras del rocío
El vaivén del zodiaco
Y aplastó las estrellas como bichos de luz
Porque alguien fue deshojando de silencios la torre
Y poblando de cristal la campana
El ramaje
Porque alguien fue arbolando de ojos la memoria
Levantando las sábanas de lino
Porque alguien tejió la madrugada
Con hilos de pasto húmedo
Porque alguien sonó el cuerno del día. |
|