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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA NICARAGÜENSE
Coordinación de Milagros Terán

 

Foto: http://www.poeticofestival.es

HÉCTOR AVELLÁN

 

Poeta nacido en Nicaragua. Se desempeñó como Director de Literatura del Instituto Nicaragüense de Cultura del Gobierno sandinista de 2007 a 2012.  Porfesor de español de educación secundaria.

 

TEXTOS EN ESPAÑOL   -    TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

AVELLÁN, Héctor.  Más Dulce que el amor. El libro del Rey David. Incluye uma selección de Las Ciruelas que guarde em la hielera y La mala uva.  Managua, Nicaragua: people unlimited Hivos, 2013  70 p.  14x21 cm. Foto de la portada: Samuel Aranda.   Tiraje: 300 ejemplares. 

 

“es preciso que un poeta se pronuncie
hable suponha especule y
calle”

no nos conocíamos
ninguno tenía noción del outro
yo me disolvía en otros abrazos
vos te colgabas de otras pieles

no había memoria
porque el encuentro de dos cuerpos
inaugura la historia
y despierta
en los recovecos de un día cotidiano

todas aquella pequena cosas
y gestos
con ânsias de

eternidad

 

aunque mi casa se encuentre firme sobre la tierra
sin que la muevan huracanes de temporada
ni el avance de la pala mecânica

y aunque su aliento se mueve en mis palavras
como el resplandor del sol
en la mañana de un cielo aberto

como agua que esperan las hierbas
que no han brotado

sin embargo
no hace Él
florecer mi deseo

tu amor me es arrancado como espino
que arde para siempre en el fuego
de mi dolor


VISIÓN DEL ENEMIGO, MIENTRAS DUERME

El pelo que has dejado em nuestro lecho,
en los distintos lugares donde nos hemos amado,
como dos caballeros que acuden a un duelo,
se hizo oído em mi garganta
soga alrededor de mi cuello.

Trozos de tu piel se esconden
entre los pliegues de nuestra sábana,
bajos mis uñas,
entre mis dientes.

Veo tu cuerpo desnudo y traicionado.
Me pregunto:
¿ Dónde podría hundir el cuchillo ante que despiertes?
¿ En qué parte la muerte te resultará más certera?
¿Dónde,
sino en mi pecho?


LA MALA UVA

¿quién va a tener ojo suficiente
para saber
en el racimo

La sola
mala uva?

¿quién la va a paladear en su boca y
se embriagará de muerte?

¿quién puede saber cuál

Donde en cada trago
está el cuerpo
la sangre

el cáliz?

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução: Antonio Miranda

 

“é preciso que um poeta se pronuncie
fale suponha especule e
cale”

 

não nos conhecíamos
nenhum tinha noção do outro
eu me dissolvia em outros abraços
você dependurava de outras peles

não havia memória
porque o encontro de dois corpos
inaugura a história
e desperta
nos rodeios de um dia qualquer

todas aquelas pequenas coisas
e gostos
com ânsias de

eternidade


embora minha casa esteja firme sobre a terra
sem que a movam furacões de temporada
nem o avanço da pá mecânica

e embora seu alento se mova em minhas palavras
como o esplender do sol
na manhã de um céu aberto

como água que as ervas esperam
que ainda não brotaram

no entanto
Êle não faz
florescer meu desejo

teu amor me é arrancado como espinho
que arde para sempre no fogo
de minha dor


VISÃO DO INIMIGO, ENQUANTO DORME

O fio de cabelo que deixaste em nosso leito,
nos diferentes lugares onde nos amamos,
como dois cavalheiros que acodem a um duelo,
fez-se ninho em minha garganta
corda arredor de meu pescoço.

Trocos de tua pele se escondem
entre as pregas de nosso lençol,

sob minhas unhas,
entre meus dentes.

Vejo teu corpo desnudo e traído.
Me questiono:
Onde poderia enfiar o punhal antes que despertes?
Em que parte a morte resultará mais certeira?
Onde,
se não em meu peito?

 

A UVA MÁ

quem terá olho bastante
para saber
no cacho

a única
uva má?

quem vai saborear em sua boca e
se embriagar de morte?

quem pode saber qual

onde em cada trago
está o corpo
o sangue

o cálice?

 

TEXTO EN ESPAÑOL  -  TEXTO EM PORTUGUÊS

 

 

 

IX FESTIVAL INTERNACIONAL DE POESÍA DE GRANADA, Nicaragua 2013.  Memoria Poética. 121 Poetas / 56 países.  Managua, Nicaragua:  Fundación Festival Internacional de la Poesía de Granada, 2014.  220 p.  ISBN 978-99964-896-2-4

 

Na capa: reprodução do cartaz do evento.  Inclui poemas dos convidados e uma foto coletiva. Inclui os poemas brasileiros: Thiago de Mello e Floriano Martins. 
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

 Epigrama

 

     Al modo de Ernesto Cardenal

 

 

 aquél a quien escribo estes versos
sabe que son para él

conoce que no gana celebridad
en estas líneas

sino que
con cada palabra
le doy muerte

 

 

 

 

TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

 

   Epigrama

        À maneira de Ernesto Cardenal

 

 

 aquele a quem escrevo estes versos
sabe que são para ele

sabe que não ganha celebridade
nestas líneas

senão que
com cada palavra
dou-lhe a morte

 

 

 

*

 

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Página publicada em abril de 2021

 

Página publicada em julho de 2014


 

 

 
 
 
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