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Fotografía: David Ojeda Alvarez

 

JORGE HUMBERTO CHÁVEZ

 


Ciudad Juárez, 1951. Mención Premio Nacional de Poesía Aguascalienes, 1981. Premio Nacional de Poesía Colima, 1981. Premio de Poesía Salvador Gallardo Dávalos, 1982.  Autor de muchos libros de poesía. Coordinador del Festival Internacional Chihuahua en Ciudad Juárez, 2005-2010.

 

MOSCA

En algún momemto o por alguna
fisura entre tú y yo entró esta mosca
en nuestras vidas. Habíamos decidido
no hacer nada: días como pesados fólios
agregábamos unos a unos sobre ambos,
fija la mirada em el techo sin decir
palabra, inmóviles las manos, nulo el respirar.

(Tanto perdimos que todo adelgazó
ante nosotros: la alfombra, el aire, nuestros huesos;
ni siquiera quedó la compasión del uno
para el outro: mírate nada más, que pena)

No recuerdo ya cuántas semanas
pasaron desde que em el techo encontre
el punto preciso de la nada.  Y quedé ahí.
Fijo, y em nada te recuerdo, y hasta
olvide que ante te llamaba por tu nombre
es más: no sabía que estuvieras aqui

Em eso fue el zumbido.  Te sentí respirar
Y em el perfecto blanco del raso de la alcoba
la vi passar volando

 

 

MOSCA

Em algum momento e por alguma
fissura entre tu e eu entrou esta mosca
em nossas vidas. Havíamos decidido
não fazer nada: dias como pesados fólios
agregávamos um a um sobre ambos,
o olhar fixo no teto sem dizer
nada, imóveis as mãos, sem respirar

(Tanto perdemos que tudo minguou
diante de nós: o tapete, o ar, nossos ossos;
não restou sequer a compaixão de um
pelo outro: mire-se nada mais, que pena)

Não recordo mais quantas semanas
se passaram desde que no teto percebi
o ponto exato do nada. E ali fiquei,
fixo, e em nada te relembro, e até
esqueci que antes te chamava por teu nome;
e mais: não sabia que estiveste aqui

Nisto foi o zumbido. Senti que respiravas
E no perfeito branco do chão da alcova
eu a vi passar voando.

 

De CHÁVEZ, Jorge Humberto.  Poemas de octubre 2011.   Ciudad Juárez, Mèxico: The Mano Fría Society, 2011.

 

Página publicada em agosto de 2012.







 

 

 
 
 
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