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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


EDUARDO LANGAGNE

EDUARDO LANGAGNE

(México, 1952). Prêmio Casa das Américas e Prêmio de Poesia Aguascalientes, este último o mais importante de seu país. Desde 1978 encontra-se vinculado ao grupo editorial da revista Tierra Adentro que, a partir de 1990, tem editado mais de 200 livros de jovens autores em todo o México. Poeta, tradutor, conferencista e gestor cultural, a SECULT publica ainda este ano uma antologia de poetas mexicanos organizadas por ele.

Participou, como convidado especial, da VIII Bienal Internacional do Livro do Ceará, Fortaleza, 2008. 

TEXTOS EN ESPAÑOL    /    TEXTOS EM PORTUGUÊS

De
EL ÁLBUN BLANCO
Puebla, México: Secretaría de Cultura; Colibri, 2004

 

EL TEMOR

 

El temor no es palabra que quisiera decir,

no sentirlo jamás es mi incauto propósito.

 

La noche, cuando oscura, tiene nuevas palabras;

 

voces que las pronuncian en el herbaje ocultas.

 

Son pesadillas rancias de piel indescifrable,

nadie sabe si llegan apenas al oído.

 

Lo visible ha quedado atrás de una cortina

de humo. Fascinante ejercicio visible,

 

espejismos que obligan a aglomerar la vista

y vuelven (si la boca las pronunció en el eco).

 

Pero un niño se vuelve humo, neblina, polvo

que disipa el recuerdo o le resta visión.

 

Hay un miedo infinito en cada noche oscura,

así crecen los niños con su temblor a solas.

 

Hay una nube impropia en el umbral del miedo

que no puede explicarse con la cabeza ardiendo.

No puede mencionarlo quien espera. No puede
mencionarlo siquiera quien y alo ejercitó.

Cómo acabar con él en una noche llana
donde huele a la lluvia que há mojado su tiempo.

 

 

EL VIAJE

 

Oscuridad total (que prescindía del túnel

negro) como la suerte, eso dicen. Y dicen

también sin el recato: "Lo que pasó esto fue:"

Desciende por un hueco oscuro, largo, en donde

puede ir apiñando, si advierte, la secuencia.

Ocupando días negros el porvenir. Se arriesga

la vida siempre a esto, y no menos la muerte.

Se obtienen los apremios de alguna encrucijada.

 

 

ORÍGENES

 

Desprenderse del humus, evaporarse.

Subir, vapor de agua, hasta la nube indómita.

Esperar el momento de volver a la tierra.

Precipitarse hacia el nuevo territorio del agua.

Penetrar a la tierra.

Alcanzar un reposo de siglos que retornen

al sólido conducto de la piedra.

De nuevo manantial...

 

 

SUBÍ A LA PIRÁMIDE DEL SOL

 

Subí a la Pirámide del Sol

Y desde ahí

con los pies bien plantados en la cúspide

miré el horizonte

y los mundos que empiezan más allá

 

Todo lo que todavía conoceré

 

 

 

LANGAGNE, Eduardo.  Navegar es preciso.  México, DF: Fondo de Cultura Económica,  1987.  95 p.  14 x 21 cm.  ISBN 968-16-2477-7
Ex. bibl. Antonio Miranda 

 

HORMIGAS

 

En larga caravana
circunspecta y exacta

 

se llevan mi cadáver
igual que una hoja seca

 

tal vez porque conocen
el final de la historia

 

 

 

EL VIAJERO

 

EL MAR viaja en silencio. Me seduce
con su antiguo secreto.

 

El mar viaja desnudo. En sus olas
una húmeda asfixia se presiente.

 

Me traduce su historia

el silencioso mar abandonado.

 

 

 

 

 

 

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TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda

 

De
EL ÁLBUN BLANCO
Puebla, México: Secretaría de Cultura; Colibri, 2004

 

O TEMOR

 

O temor não é palavra que gostaria de dizer,
não sentí-lo jamais será meu incauto propósito.

 

A noite, sendo escura, tem novas palavras:
vozes pronunciadas nas ervas ocultas.

São pesadelos, ranços de pele indecifrável,

ninguém sabe se chega apenas ao ódio.

 

O visível ficou por trás de uma cortina
de fumaça. Fascinante exercício visível,

espelhismos que levam a enturvar a vista
e regressam (se a boca as pronunciou no eco).

 

Por um menino torna-se fumaça, neblina, pó
que dissipa a lembrança ou ofusca a visão.

 

Há um medo infinito em cada noite escura,
assim crescem as crianças com seu temor solitário.

 

Há uma nuvem imprópria no umbral do medo
que não pode explicar-se com a cabeça fervendo.

Não pode mencioná-lo quem espera. Não pode
mencioná-lo sequer quem já o experimentou.

Como acabar com ele numa noite plana
onde cheira a terra que já molhou seu tempo?

 

 

A VIAGEM

 

Escuridão total (que prescindia do túnel
negro) como a sorte, assim dizem. E dizem
também sem recato: “O que passou, passou”.
Desce por um buraco escuro, longo, onde
pode ir acumulando, se adverte, a sequência.

Ocupando dias turvos o porvir. Se arrisca
a vida sempre a isto, e não menos à morte.
Obtemos recompensa de alguma encruzilhada.

 

 

ORIGENS

 

Livrar-se da neblina, evaporar-se.
Subir, vapor de água, até à nuvem indômita.
Esperar o momento de voltar à terra.
Precipitar-se no novo território de água.
Penetrar na terra.
Alcançar um repouso de séculos que retornem
ao sólido canal da pedra.

De um novo manancial...

 

 

SUBI À PIRÂMIDE DO SOL

 

Subi à Pirâmide do Sol

dali

com os pés plantados na cimeira

contemplei o horizonte

e os mundos que começam mais adiante

Tudo o que ainda vou conhecer

 

 

 

FORMIGAS

 

numa longa caravana
circunspecta e exata

 

levam o meu cadáver
igual que uma folha seca

 

talvez porque conhecem
o final da historia

 

 

O VIAJANTE

 

O MAR viaja em silêncio. Me seduz
com seu antigo segredo.

 

O mar viaja desnudo. Em suas ondas
uma úmida asfixia se pressente.

 

Me traduz sua historia

o silencioso mar abandonado.

 

 

 

 

 

Página publicada em junho de 2009; página ampliada em julho de 2019.

 


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