|   POESÍA ESPAÑOLACoordinación de AURORA CUEVAS CERVERÓ
 Universidad Complutense de Madrid
       Juan Meléndez Valdés, retratado por Goya em 1797.    Foto y biografía  extraídos e https://pt.wikipedia.org/       JUAN MELENDEZ VALDÉS   (Ribera del  Fresno, província de Badajoz, 11 de março de 1754—Montpellier, França, 24 de maio de 1817) foi um poeta, jurista e político espanhol.   Era de origem humilde; seu pai era  Juan Antonio Meléndez Valdés e a sua mãe Maria de los Ángeles Díaz Cacho, e  teve numerosos irmãos; após o seu nascimento, a família instalou-se em Almendralejo.  Com sete anos de idade ficou órfão de mãe. Em 1767 viajou a Madrid para estudar  latim e filosofia, sob a tutela do seu irmão maior Esteban, no Colégio de Santo  Tomás, e depois ingressou nos Reales Estudios de San Isidro, onde aprendeu  filosofia moral e grego. Finalmente começou Leis em Salamanca em 1772 à par que escrevia os  primeiros poemas e frequentava as tertúlias poéticas, em especial a de  frei Juan  Fernández de Rojas,  mais conhecido por Delio, e a de José Cadalso em  1773, que o introduziu na cultura francesa; em 1774 faleceu seu pai e o seu  caráter tornou-se melancólico. Em 1775 obteve o grau de Bachiller em  Direito. Em 1777 falece também o seu irmão Esteban. Ocupou-se provisoriamente da cátedra  de língua grega e conheceu a Jovellanos.  Em 1780 obteve  o prêmio de poesia da Real Academia  Espanhola com a  sua obra "Batilo". Em 1781 voltou à Universidade de  Salamanca com a cátedra de Humanidades.   Em 1783 doutorou-se em direito.  Neste ano escreveu várias obras e casou-se com María Andrea de Coca. Em 1784 concursou nos prêmios oferecidos  por Madrid à melhor composição dramática, obtendo um deles por "Las bodas  de Camacho el rico". A estas alturas encontra-se já com uma importante  fama. O famoso impressor Joaquín  Ibarra publicou em 1785 o primeiro volume dos seus  poemas com grande sucesso, realizando diversas edições. Em 1798 começou a  exercer de fiscal durante sete meses e, com o favor de Jovellanos, obteve os  destinos sucessivos de juiz da corte em Saragoça em 1789, chanceler em Valladolid em 1791 e fiscal da  "Sala de Prefeitos da Casa e Corte" em Madrid em 1797, cargo que ocupará apenas sete meses;  escreveu então os seus Discursos forenses, que circularam como manuscritos  até ser publicados durante o Triênio Liberal. Com a queda de Jovellanos, Meléndez  teve de deixar Madrid a 27 de agosto de 1798, e foi enviado a supervisar as obras  de um quartel que se construía em Medina del Campo,  o que era na prática um castigo. Porém, em 1802 devolveram os seus emolumentos  como fiscal e vai viver a Zamora, onde se dedicou a projetos sociais e ao estudo.  Marchou depois para Salamanca e  Madrid. Após a ocupação francesa, põe-se ao  serviço de José I da Espanha, com emprego no Conselho de Estado e a condecoração como Cavaleiro  da Real  Ordem de Espanha, o  que acarretará graves problemas como afrancesado à  saída do rei, após a Guerra da  Independência. Fugado  para França, residiu sucessivamente em Toulouse, Montpellier, Nîmes, Alais e Montauban;  a sua saúde deteriorou-se, sofrendo fortes depressões e falecendo quatro anos  depois em Montpellier. Os seus restos voltaram para Madrid  em 1900 e,  após um breve passo pelo Panteão  de Homens Ilustres,  repousam num mausoléu conjunto com Goya, Moratín e Donoso Cortês, obra de Ricardo Bellver no Cementério de São Justo.   Além das já supraditas obras, outras  obras do autor são "Poesías" (1785), "A  Llaguno" (1794), "Sobre el  fanatismo" (1795), "Alarma  española" (1808), "Oda a José  Bonaparte" (1810-1811), "Prólogo de Nimes" (1815)  e "Discursos Forenses" (1821).       TEXTO  EN ESPAÑOL   -   TEXTO EM PORTUGUÊS   CUERPO ERÓTICO. Selección de Juan Gustavo Vobo  Borda.  Bogotá, Colombia: Villegas Editores,  2005.  431 p.  ISBN 958-8160-93-6   Ex. bibl. Antonio Miranda
 
   
                                    LOS BESOS DE AMOR
 III
 
 Cuando mi blanda Nise
 lasciva  me rodea
 con  sus nevados brazos,
 y  mil veces me besa;
 cuando  mi ardiente boca
 su  dulce labio aprieta
 tan  del placer rendida
 que  casi a hablar no acierta;
 y  yo por alentarla
 corro  mi mano inquieta
 de  su nevado vientre
 las  partes más secretas;
 y  ella entre dulces ayes
 se  mueve más y alterna
 ternuras  y suspiros
 con  balbuciente lengua;
 ora  hijito me llama,
 ya  que cesse me ruega,
 ya  al besarme me muerde,
 y  moviéndose anhela,
 entonces,   ¡ay!, si alguno
 contó  del mar la arena,
 cuente,  cuente, las glorias
 en  que el amor me anega.
     TEXTO  EM PORTUGUÊSTradução de ANTONIO MIRANDA
                OS BEIJOS DE AMOR
 III
 
 Quando minha branda  Nise
 lasciva  me rodeia
 com  sues nevados braços,
 e  mil vezes me beija;
 quando  minha ardente boca
 seu  doce lábio aperta
 tão  do prazer rendida
 que  quase falar não acerta;
 e  eu para alentá-la
 corro  minha mão inquieta
 de  seu nevado ventre
 as  partes mais secretas;
 e  ela entre doces ais
 se  move mais e alterna
 ternuras  e suspiros
 com  gaguejante língua;
 ora  o filho me chama,
 para  cessar me roga,
 já  ao beijar me morde,
 e  movendo-se anseia,
 então  ai!, se alguém
 contou  do mar a areia,
 conte,  conte, as glórias
 em  que o amor me inunda.
       Poesía  erótica – Página publicada em  maio de 2020   
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