Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA ESPANHOLA
Coordenação por AURORA CUEVAS CERVERÓ
Universidad Complutense de Madrid – España

 

 

Foto: http://unoyceroediciones.com/

 

 

EDUARDO MOGA

 

Poeta, tradutor e crítico, nasceu em Barcelona, em 1995. Ganhou o Prêmio Adonais por seu livro La luz oída (1995).

 

 

 

TEXTO EN ESPAÑOL   -  TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução por ANTONIO MIRANDA

 

 

MORA, Vicente Luis.  La cuarta persona del plural. Antología de poesía española          contemporânea (1978-2015).  2ª. edición.   Madrid: Vaso Roto   Ediciones, 2018.      Grabado de cubierta: Victor Ramírez.  ISBN 978-84-948232-4  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

        [Ocupo un punto]

 

 

        Ocupo un punto que se perde
en la insignificante sucesión
de puntos que me forman.
Soy lo que se ha ido, lo que se hace instante
y se hace piedra, lo que me amamanta
y me succiona: un punto más
en la fuga del ser, en la demolición
del latido. Y veo estas manos
que escriben,
los dedos que moldean el silencio
y lo transforman en silencio humano.
Reconozco los ojos que me miran
desde el cristal, velados por una niebla ardiente:

        corren, inmóviles, como si huyeran
del cuerpo, o careciesen
de él; quieren detenersee, pero gritan
y se ennegrecen,
y abrevan
en ácido,
e se consumen
em la desorden y la simetría;
producen tinta:
son tinta, y pugnan por que todas
las noches sean una sola noche.
Y arde la noche
desde cuyas profundidades
observo
el caer de los cuerpos,
y me sumo a él:
glándulas y ataúdes y murmullos
que circulan por este deshacerme
en el que estoy
recluído; afectos
diseminados
como metralla
por un impacto irresistible;
gavillas
de espectros
que corroboran
la nada.
Ni siquiera conosco mi pasado: es un cuerpo
ajeno el que se hospeda en mi cuerpo y concibe
el poema; son otras hebras las que componen
el ininteligible
tapiz del ser, el tabernáculo
salobre de la madre, el aire
virginal que es membrana
del mundo, piel en la que desemboca
mi piel, y besos
que escuecen,
pero silícios:
besos como regatos.
El árbol no es: su copa imita el gesto
del agua yéndose, y los pájaros
que lo coronan sobreviven
en la frontera
sin líneas de lo fluido.
Huye la masa:
su movimento es su quietud;
y huyen también mis ojos,
que tiemblan
con su temblor
de suceso limítrofe,
con el tumulto efímero de su musculatura.
Tampoco existe el banco
que veo, ni la lujuria de la luz,
ni la espadana próxima, arqueada
como un cisne: todo es vislumbre de la muerte,
renovada obsesión de la materia
por exalar su polvo
y su indiferencia.
Lo que está niega el mundo,
pero es el mundo, y su presente
es memoria: un oasis de átomos,
médula apenas medula, entidades amándose,
o fugitivas. Veo el aire, y a mí viéndolo;
y la carne abandona
su sede,
y el tiempo
envejece, y madura el sucinto coágulo
que es desaparecer. Mis ojos vem
lo que seré: un cadáver, como ya
soy, pero exento de linguaje,
nonato,
desechado antes
de concebirse; una partícula
de este futuro que se ofrece
hoy, seminal,
con zarpazos de jade y de ceniza.
Y en esta percepción me adenso,
frío como la pez,
mientras percuten, a mi alrededor,
los objetos nacientes,
o los que dejan
de ser.

 

 

 

               

        [Ocupo um punto]

 

              Ocupo um ponto que se perde
na insignificante sucessão
de puntos que me formam.
Sou o que já se foi, o que se faz instante
e se torna pedra, o que me amamenta
e me suga: um ponto a mais
na fuga do ser, na demolição
do latido. E vejo estas mãos
que escrivem,
os dedos que modelam o silêncio
e o transformam em silencio humano.
Reconheço os olhos que me miram
desde o cristal, velados por uma névoa ardente:
correm, imóviles, como se fugisseem
do corpo, oo carecessem
dele; querem deter-se, mas gritam
e escurecem,
e me dão de beber
em ácido,
e se consomem
na desordem e na simetria;
produzem tinta:
são tinta, e pugnam para que todas
as noites sejam uma única noite.
E arde a noite
desde cujas profundidades
observo
o cair dos corpos,
e me somo com ele:
glândulas e ataúdes e murmúrios
que circulam por este desfazer-me
em que estou
recluído; afetos
disseminados
como metralha
por um impacto irresistível;
       feixes
de espectros
que corroboram
o nada.
Ne sequer conheço meu passado: é um corpo
alheio o que se hospeda em me corpo e concebe
o poema; são outras fibras as que compõem
o ininteligível
tapete do ser, o tabernáculo
salobre da mãe, o ar
virginal que é membrana
do mundo, pele em que desemboca
minha pele, e beijos
que ardem,
mas silícios:
beijos como regatos.
A árvore não é: sua copa imita o gesto
da água indo-se, e os pássaros
que o coroam sobrevivem
na fronteira
sem as linhas do fluído.
Foge a massa:
seu movimento é sua quietude;
e fogem também meus olhos,
que tremem
com seu tremor
de sucesso limítrofe,
com o tumulto efêmero de sua musculatura.
Tampouco existe o banco
que vejo, nem a luxúria da luz,
nem o espadachim próximo, arqueado
como um cisne: tudo é o vislumbre da morte,
renovada obsessão da matéria
por exalar seu pó
e sua indiferença.
O que está nega o mundo,
mas é mundo, e seu presente
é memória: um oásis de átomos,
medula apenas medula, entidades amando-se,
ou fugitivas. Vejo o aire, e a mim vendo-o;
e a carne abandona
sua sede,
e o tempo
envelhece, e amadurece o sucinto coágulo
que é o desaparecer. Meus ohos veem
o que serei: um cadáver, como já
sou, mas livre de linguagem,
nonato,
descartado antes
de conceber-se; uma partícula
deste futuro que se oferece
hoje, seminal,
com garras de jade e  de cinza.
E nesta percepção me adenso,
frio como a peixe,
enquanto percutem, ao me redor,
os objetos nascentes,
ou os que deixam
de ser.

 

 

 

Página publicada em abril de 2020

 


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar