Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

HAMLET ARAYA GONZÁLEZ

 

Nació em Cuba en la provincia de Matanzas el 15 de mayo de 1982.

 

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

CAPA DE     RAPSÓDIAS....

 

 

 

RAPSODIAS.  Selección de poesia contemporâneaMontevideo:Bianchi editores, 2006.  164 p.  Ex, bibl. Antonio Miranda

 

 

 

El tamaño del tiempo

 

Mi casa abre sus puertas como si fueran brazos.
Como si fueran ojos, o heridas, sus ventanas.
Siguen llegando amigos, conocidos, parientes.
Trayentes y llevantes. Plañideras. Fisgones.
Se oyen cantos, augures, despedidas, promesas.
Mis hermanos descorchan las últimas botellas.
Mamá dobla y desdoblas las ropas de sus muertos;
toda la sal y el agua del árbol de sus años
que cabe en una caja que es su caja del mundo.
Yo hago a un lado las cosas que no puedo llevarme:
Nada, que es casi todo. Sólo tú estás tranquila,
sólo tú te resumes en el crudo silencio
de los despanzurrados a mitad del camino.
Así, abiertas tus puertas como si fueran piernas,
como si fueran bocas, o cráneos, tus ventanas.

 

Pero yo te conozco. Yo sé que estás sintiendo
cómo nos arrancamos de tus viejas paredes.
Yo sé que en tus espejos ya nos miras ajenos;
ya te miras extraña, dispersa, hecha de ausencias.
Con este olor a nadie flotando en tus rincones,
tal vez ni te miras. Porque ya has comprendido;
te dejan sin olores, sin fantasmas, sin voces,
sin las manos que amaste peinándote los polvos
a horcajadas del tiempo. Sin tu sed. Sin tus panes.
Ya no habrá más la sombra cabizbaja y absorta,
doblada por los años, de abuelo en el portal.
Ni los ojos de abuela. Ni papá; ni sus dedos
mordidos por las uñas, apuntando, pudriéndose.

 

  Ya no serás el hilo, la referencia, el punto.

Ya ni van a alcanzarte tus antiguas medidas

para saber el largo de lo que te nos vamos.

Vas a quedarte sola. Nos fugamos los últimos;

los que en ti entramos niños y ahora salimos tristes.

No es el mundo quien gira, somos los hombres, ¿sabes?.

Adiós pedazo mío; árbol, recodo, concha....

No esperes. Ya nadie va a volver como ahora somos.

 

 

 

 

 

Quijotismo

 

Vístase el mercader de mariposas,
hágase el general ungir de santo,
apiádese el verdugo a humano llanto,
póngase el dictador a dictar rosas.

 

Asquéese el ladrón ante lo hurtado,
dediqúese el ególatra al amigo,
descúbrase el banquero ante el mendigo,
tórnese el indignante en indignado.

 

Acábese el poder por el garrote,
désele licitud a lo prohibido,
desvalórese el brillo del lingote,

 

vitoréese al arte, no al partido.

Vuélquese todo y seguiré Quijote,

que no me engañas, mundo, estás podrido.


 

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

 

 

O TAMANHO DO TEMPO

Minha casa abre suas portas como se fossem braços.
Como se fossem olhos, ou feridas, suas janelas.
Continuam chegando amigos, conhecidos, parentes.
Os que trazem e os que levam. Carpideiras. Intrometidos.
Ouvem-se cantos, agouros, despedidas, promessas.
Meus irmãos desarrolham as últimas garrafas.

Mamãe dobre e desdobra as roupas de seus mortos.;
todo o sal e a água da árvore de seus anos
que cabe numa caixa que é sua caixa do mundo.
Eu ponho de lado as coisas que não posso levar:
Nada, que é quase tudo. Apenas tu estás tranquila,
tu apenas te resumes no cru silêncio
dos esparramados na metade do caminho.
Assim, abertas tuas portas como se fossem pernas,
como se fossem bocas, ou crânios, tuas janelas.

Mas eu te conheço. Eu sei que estás sentindo
como nos arrancamos de tuas velhas paredes.
Eu sei que em teus espelhos já nos miras alheios;
já te vês como estranha, dispersa, feita de ausências.
Com este odor a ninguém, flutuando pelos cantos,
talvez nem te miras. Porque já entendestes.
deixam-te se odores, sem fantasmas, sem vozes,
sem as mãos que amaste penteando-te o pó
caído no tempo. Sem a tua sede. Sem teus pães.
Já não haverá mais a sombra cabisbaixa e absorta,
dobrada pelos anos, de avô no portal
Nem os olhos da avó. Nem papai; nem seus dedos
mordidos pelas unhas, apontando, apodrecendo.

 

Já não serás o filho, a referência, o ponto.
Já não vão nem alcançar-te tuas antigas medidas
para saber a largura do que em ti vemos.
Vais ficar sozinha. Fugiremos, os últimos;
os que em ti entramos meninos e agora saímos tristes.

Não é o mundo que gira, somos nós os homens, sabias?
Adeus pedaço de mim; árvore, curva, concha...
Não esperes. Ninguém mais vai voltar como somos agora.

 

 

 

 

QUIXOTISMO

 

Vista-se o mercador de mariposas,
faça-se o general ungir-se de santo,
apiede-se o verdugo ao humano pranto,

       ponha-se o ditador a citar rosas.

Enoje-se o ladrão diante do furtado,
dedique-se o ególatra ao amigo,
descubra-se o banqueiro ante o mendigo,
torne-se o indignante em indignado.

Acabe-se o poder pelo garrote,
dê-lhe licitude ao proibido,
desvalorize o brilho do lingote,

vanglorie-se a arte, não ao partido.
Incline-se todo e seguirei Quixote,
que não me enganes, mundo, estás apodrecido.

 

 

Página publicada em julho de 2020.






 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar