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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ALBERTO PERAZA CEBALLOS

 

 

Nació en San Juan y Martínez, Pinar del Río, Cuba en 1961. Poeta y escritor para niños.

 

 

 

ESPEJOS DE LA PALABRA / ESPELHOS DA PALAVRA 3 (POEMAS EN DOS IDIOMAS– POEMAS EM DOIS IDIOMAS) Org. Roberto Bianchi.  Montevideo: aBrace editora,    2013. 120 p.  Inclui os poetas brasileiros: Angela Togeiro, Brenda Mar(qu)es, Christina Hernandes, Claudio Márcio Barbosa, Clevane Pessoa, Dymythryus Padilha, Fátima Sampaio, Fernando Braga, Gacy Simas, Giselle Serejo, Kydia Mateos, Lucas Guimaraens, Marcelo de Oliveira Souza, Marco Llobus, Marcos Freitas, Maria Angélica Bilá Bernardes, Mariney Klecz,  Neuza Ladeira,Nida Chalegre, Nilza Amaral, Nina Reis, Noralia de Melo Castro, Novais Neto, Oleg Almeida, Pedro Franco, Roberto Ferrari, Rodrigo Marinho Starling, Rozelene Furtado de Lima, Tânia Diniz e  Tarcísio    Pádua.   Col. Bibl. Antonio Miranda

 

 

Ml MADRE LAVA LA ROPA EN UNA FOTO

 

Tan blanca era la ropa de mi madre
que de solo miraria se manchaba;

ella retaba ai tiempo en la batea
viendo sangrar los dedos
mientras el agua lavaba sus males
y bajo los senos los ponía a secar.
Mi madre almidonaba la ropa
la rociaba
y se iba a planchar en el espacio
más noble de la casa;
allí estaban la radio y las novelas
por donde veía

pasar otro mundo
ajeno a sus rabias y dolores.

 

Cuando se fue, dejó de ser blanca la ropa
y perdimos la orientación dentro de la casa,
tanto, que aun nos cuesla trabajo encontrarnos
aunque haya pasado mucho tiempo y mi madre siga
mirándonos desde una gastada foto
que sigue nuestros pasos con la vista.

 

 

 

MINHA MÃE LAVA A ROUPA EM UMA FOTO

 

Tão branca era a roupa de minha mãe

que só de ver se manchava;

Ela desafiava ao tempo na bacia

vendo sangrar os dedos

enquanto a água lavava seus males

e debaixo dos seios colocava pra secar.

Minha mãe engomava a roupa, molhava

e ia passar a ferro no lugar

mais nobre da casa;

ali estavam o rádio e as novelas

por onde via passar outro mundo

alheio às suas raivas e dores.

 

Quando se foi, deixou de ser branca a roupa

e ficamos desorientados dentro de casa,

tanto, que ainda da trabalho encontrar-nos

mesmo que tenha passado muito tempo, e minha
                                                       mãe continue

nos olhando de uma foto gastada

que segue nossos passos com a vista.

 

 

 

Página publicada em fevereiro de 2014.

 

 

 


 

 

 
 
 
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