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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



Doce Poetas de Costa Rica –III
Selección y notas de Ana Wajszczuk

publicados originalmente en la revista VOX
Bahía Blanca, Argentina senda@criba.edu.ar 
Traduções ao português de Antonio Miranda
)



JORGE ARTURO
(1961-  )

 

Tiene publicados los libros de poesía Se alquila una ventana (1988), Un paraguas llamado Adrián (Ed. Ministerio de Educación Pública, 1989), El blues del aprendiz (Ed. UCR, 1992), Perrumbre (Ed. Alambique, 1994), V (Poemario colectivo, Ed. Alambique, 2001). En narrativa publicó, entre otros, La Hoguera Verde (Ed. Alambique, 1998). Integró y co-dirigió el colectivo y revista Kasandra, y es miembro fundador de Ediciones Alambique.

 
TEXTO EN ESPAÑOL y/e TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda


Los perros de la luna

(de Perrumbre)

 

al menor movimiento te romperán

en dos el espinazo

nadie te tiene

sembrando aullidos a la luna

 

algo de lo que digás

lo usarán a tu favor

pero será inútil

las manos

de quienes te señalan son falsas

 

al salir rumbo a tu muerte

te pondrán en un caballo de escombros

el mundo será un escupitajo

 

te seguiré con prudencia

me creerán un hueso de penumbras

que la vida

se hocica por las calles

 

 cuando estés muerta

                                    desprecialos

que llegaré como fino ladrón

y me llevaré a casa tu cadáver exquisito

 

haremos el amor tendremos hijos nietos

que incendiarán la tierra

                                        vengarán

tu asesinato

y frente a las tardes

                                        entre vino y vino

                                         cigarrillos

se sentarán a recordar cuando vivimos

felices nuestra muerte

 

seremos un abrazo de botellas rotas

 

Os cães da lua

(de Perrumbre)

 

ao menor movimento romperão

em dois o espinhaço

nada te retém

lançando uivos à lua

 

algo do que digas

usarão em teu favor

mas será inútil

as mãos

de quem te assinalam são falsas

 

ao sair na direção de tua morte

te montarão num cavalo de escombros

o mundo será uma cusparada

 

te seguirei com prudência

me imaginarão um caroço de penumbras

que a vida

afocinha pelas ruas

 

quando estejas morta

                                          despreza-os

que chegarei como ladrão fino

e levarei para casa teu cadáver delicado

 

faremos amor teremos filhos netos

que incendiarão a terra

                                         vingarão

teu assassinato

e às tardes

                                          entre vinho e vinho

                                          cigarros

sentarão a recordar quando vivemos

felizes nossa morte

 

seremos um abraço de garrafas rotas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 






 




IV

(de Perrumbre)


todo está bien

el girasol es girasol

la calle calle

el cuerpo navega entre miradas

el autobús se tarda

pero te veo

en la repentina ventanilla

que siempre va donde no voy

 

entonces

el girasol es un mordisco en manos de algún ciego

la calle una lápida sobre mi frente

mi cuerpo un mapa de mí que no conozco

y el autobús un túnel sin regreso.



IV

(de Perrumbre)

 

tudo está bem

o girassol é girassol

a rua rua

o corpo navega entre miradas

o ônibus atrasa

mas te vejo

na repentina janelinha

que sempre vai aonde não vou

 

então

o girassol é uma mordidela em mãos de algum cego

a rua uma lápide diante de mim

meu corpo um mapa de mim que não conheço

e o ônibus um túnel sem regresso.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



mi corazón es uma casa amotinada...

(de De un solo lado)

 

mi corazón es una casa amotinada

de gorriones

                     un gato

de escombros

deambula en los pasillos

 

alguien se sienta a la mesa

espera

 

que los gorriones bajen la guardia

que algo más feroz

                                tome la casa  

 

meu coração é uma casa amotinada...

(de De um solo lado)

 

meu coração é uma casa amotinada

de pardais

                  um gato

de escombros

deambula nos corredores

 

alguém senta-se à mesa

espera

 

que os pardais baixem a guarda

que algo mais feroz

                          ocupe a casa

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

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