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LUZ MERY GIRALDO 


Autora de varios libros de ensayo y de antologías de cuento colombiano. En poesía ha publicado: El tiempo se volvió poema, Camino de los sueños, Con la vida, Poemas, Hoja por hoja y Postal de viaje. Incluida en antologías del país y del exterior, finalista en concursos nacionales internacionales y con algunos poemas traducidos al inglés, francés e italiano.
 

TEXTOS EN ESPAÑOL TEXTOS EM PORTUGUÊS
 

LA HORA DE LOS PÁJAROS

Inasible y costurera

la palabra

teje com tela engañosa

la herida de la noche:

juega la libertad

o sueña ventura.

Como eterna Penélope

teje  la túnica de todos

deshilvana el secreto de la espera

hasta inventar un nuevo rostro

o un espejo sin nombre.

 

Inasible y costurera

oye pasar el viento

fatigado por los pájaros. 

 

 

CANCIÓN EM EL EXILIO

 

Quien me observa

vê la sombra de unos ojos vacios

oye palabras que mueren antes de la voz.

 

En otro lugar del mundo mi gesto se repite:

nada es todo, canción sin entonar

pájaros sobre la hierba seca.

 

Em el perplejo horizonte

cuando la negra noche cae sobre mí

soy un jardín en desorden

angustiada razón

enloquecida luciérnaga.

 

Con la pátria en el corazón me desangro,

Con la palabra madre,

padre, hija, hermana, tierra, lengua,

deliro em la oscuridad

vagabundeo

me pierdo.

 

Me deslizo y busco,

me escondo,

y es larga la noche sin lengua,

sin sonido,

em sombra.

Danza macabra.

Caída sin fin al no sé donde.

Puerta cerrada del insomnio. 

 

Extraído de Revista de Poesía Prometeo. N. 81-82, año XXVI, 2008

Memorias del XVII FESTIVAL INTERNACIONAL DE POESÍA DE MEDELLÍN 

 

De

CON LA VIDA

Bogotá: Centro Editorial Javeriano, CEJA, 1996

66 p. (Coleccion Creación Literaria) 

 

 

HABITACIÓN DE AUSENCIAS

 

A Juan Carlos y Manolo Jaramillo

 

Todo está en su lugar:

no hay música

los libros son páginas dormidas

el lápiz reposa en el tintero

los objetos

la ropa

los zapatos

callados reclaman por tus gestos.

 

Un angel juguetón se asoma a la ventana

desordena el entorno

recuerda la alegria

y el sueño de tenerte en esta casa.

 

 

MIRANDOME CAER

 

Cada dia

rompe el hechizo del sueño transitório

y tu ahí

en ese espejo íntimo

mirándome caer hondo

desvaneciéndote conmigo

en la noche incesante.

 

 

LA ÚLTIMA PALABRA

 

         A Jaime García Maffla

 

Una bandada de pájaros dibuja

el largo caminho del oceano:

uno tras outro

y em sus alas

escriben la última palabra:

                   se escucha mar adentro. 


LUZ MARY GIRALDO, ISABEL GARCÍA E ANTONIO MIRANDA:
ESCULTURA DE BOTERO EM MEDELLIN

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda
 

A HORA DOS PÁSSAROS

 

Inacessível e costureira

a palavra

tece com pano enganoso

a ferida da noite:

brinca com a liberdade

ou sonha a ventura.

Como eterna Penélope

tece a túnica de todos

desalinhava o segredo da espera

até inventar um novo rosto

ou um espelho sem nome.

 

Inacessível e costureira

ouve o vento passar

fatigado pelos pássaros.
 

CANÇÃO NO EXÍLIO

 

Quem me observa

vê a sombra de uns olhos vazios

ouve palavras que morrem antes da voz.

 

Em outro lugar do mundo meu gesto se repete:

nada é tudo, canção sem entoar

pássaros sobre o capim seco.

 

No horizonte perplexo

quando cai a noite negra sobre mim

sou um jardim em desordem

angustiada razão

enlouquecido vagalume.

 

Com a pátria no coração, dessangro.

Com a palavra mãe,

pai, filha, irmã, terra, língua,

deliro na escuridão

deambulo

me perco.

 

Deslizo e busco,

me escondo,

e é longa a noite sem língua,

sem som,

em sombra.

Dança macabra.

Caída sem fim no não-sei-onde.

Porta fechada da insônia.
 

De

CON LA VIDA

Bogotá: Centro Editorial Javeriano, CEJA, 1996

66 p. (Coleccion Creación Literaria)

 

                QUARTO DE AUSÊNCIAS

 

         Tudo está em seu lugar:

a ordem dos móveis discute tua presença

não tem música

os livros são páginas dormidas

o lápis repousa no tinteiro

os objetos

os sapatos

calados reclamam por teus gestos.

 

Um anjo brincalhão aparece na janela

desorganiza o entorno

lembra a alegria

e o sonho de ter-te nesta casa.

 

 

VENDO-ME CAIR

 

Cada dia

rompe o feitiço do sonho transitório

e tu aí

nesse espelho íntimo

olhando-me cair fundo

desvanecendo-se comigo

na noite incessante.

 

 

A ÚLTIMA PALAVRA

 

         A Jaime García Maffla

 

Uma revoada de pássaros desenha

o longo caminho do oceano:

um depois de outro

e em suas asas

escrevem a última palavra:

                   escuta-se mar adentro.

 

 

 

Página publicada em julho de 2008


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