Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


FÉLIX PACHECO

Foto sem identificação de autoria.

FÉLIX PACHECO
(1879- 1935)


José Félix Alves Pacheco (Teresina, 2 de agosto de 1879 — Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 1935) foi um jornalista, político, poeta e tradutor brasileiro. Estudou no ensino fundamental ainda em Teresina, indo em 1890 para ao Rio de Janeiro, onde o tio Teodoro Alves Pacheco era senador. Aí efetua a complementação de seus estudos, bacharelando-se em Direito.

Ingressa no jornalismo, chegando a tornar-se um dos co-proprietários do importante Jornal do Commercio (ainda existente, sendo um dos mais antigos jornais brasileiros ainda em circulação).

Félix Pacheco ingressou na política elegendo-se, pelo Piauí, deputado federal em 1909, reelegendo-se sucessivamente, até 1921, quando elege-se para o Senado.

Foi, no governo Artur Bernardes, Ministro das Relações Exteriores, retornando para o Senado em 1927. Em 1909, elegeu-se deputado federal por seu estado natal, obtendo, nos anos seguintes, sucessivas reeleições. Paralelamente à carreira política, dedicou-se à vida literária. Poeta de estilo intermediário entre o parnasianismo e o simbolismo, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1912. Permaneceu na Câmara dos Deputados até 1921, ano em que assumiu uma cadeira no Senado Federal. Durante o governo de Artur Bernardes (1922-1926), ocupou a pasta das Relações Exteriores. Em 1927, reassumiu sua cadeira no Senado.

Pioneiro defensor da introdução no Brasil do método de identificação pelas impressões digitais - para a qual ainda havia descrentes e alguma oposição no país, foi Félix Pacheco o fundador e primeiro diretor do Gabinete de Identificação e Estatística da Polícia do Distrito Federal, hoje Instituto Félix Pacheco - o primeiro no país a adotar o banco de dados datiloscópicos.

Paralelo à sua atuação política, dedicou-se às letras, fazendo poesias que, em 1912, levaram-no à eleição para a cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Gregório de Matos, sendo seu segundo ocupante. Dono de estilo entre o parnasiano e o simbolista, viveu a transição desses momentos literários, mas sua obra não é muito conhecida.  Fonte (resumida): Wikipédia

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS    /     TEXTO EN ESPAÑOL

 

Do cimo da montanha

 

Musa, pára um momento aqui, musa severa!

Olha deste alto cimo a Pátria, o Sonho, a Vida...

Mede toda a extensão imensa percorrida,

E o presente, e o porvir esmiúça, e considera!

 

Interpreta, na estrofe, a saudade sincera,

E realça, firme, o traço à página esquecida!

Canta a luz que te doura, e estende-a, refletida,

Sobre os rincões natais, que tua alma venera!

 

Mas grava tudo lenta, unindo, com orgulho,

O esto dos palmerais, e a harmonia dos trenos,

Como na relação do efeito para as causas...

 

Junta o carme à epopéia, enlaça o grito e o arrulho,

E os quarenta anos teus se fixarão, serenos,

Num longo beijo quente, ampliado em sóis e em pausas...

 

 

Símbolo d’arte

 

Se o meu verso não fora o agonizar de um lírio,

E o suave funeral de um crisântemo roxo,

Diluindo-se, murchando, à vaga luz de um círio,

Entre o planger de um sino e o gargalhar de um mocho;

 

Se, essas flores do mal, em pleno desabrocho,

Eu não sentira em mim, num êxtase e em delírio,

Meu orgulho de rei julgara vesgo e frouxo,

Pois a glória de um sol não vale esse martírio.

 

Se, na terra que piso, algum prêmio ambiciono,

É o deserto, a cabala, o claustro, a esfinge, o outono,

O calmo encanto da noite e a augusta paz da morte...

 

E o meu símbolo d'arte, o ideal que me fascina,

É a tristeza a florir a graça feminina,

Como um farol pressago a iluminar o norte! 

 

PACHECO, Félix.
 Poesias.  Poesia definitiva.  I - Variações sobre a Belleza.
II  -     Armorial do Sonho.

 Rio de Janeiro: Typ. Jornal do Commercio, 1932.  268 p.
 capa  dura sobrecapa

 

 

 

ZEPHIRO

 

Dorme quieta e feliz, e, no seu somno,

Tudo que flue é delicado e leve.

A devassar-lhe o plácido abandono

Nem mesmo a luz, que é sua irman, se atreve.

 

Ouço de longe arfar-lhe, cor de neve,

O seio virginal, camélia e throno.

Perpassa-lhe fugindo um sonho breve,

E eu de vel-a sorrir mais me apaixono.

 

Mas o quadrinho esfuma-se impreciso,

E esvae-se a sombra da divina face.

Aperto o olhar, e nada mais diviso.

 

Foi como se algum zéphiro passasse,

Na calma angelical do paraíso,

Brando, e gentil, e rápido, e fugace...

 

 

 

PLENILUNIO

 

Todo este luar de amor, que ha nos meus cantos,

Nasceu de outros anhelos e outras penas.

Se, por graça do céo, me não condemnas,

Deixa-o brilhar aqui, desfeito em prantos.

 

Libertei-me dos pérfidos quebrantos,

E a multidão volúvel das phalenas

Já me não turva as illusões serenas,

Nem te escondo aventuras nestes mantos.

 

Nada mais, hoje, do passado existe.

Sinto que me entrou n'alma o luar superno,

Como a benção de Deus baixando ao triste.

 

Nunca mais tive dor, nem tive inferno,

Desde que sobre mim, cantando, abriste

O plenilúnio do carinho eterno!

 

 

 

 

 

TEXTO EN ESPAÑOL

ORFEO CAUTIVO

 

      Trad. de Francisco Soto y Calvo

 

Dicen que fui voluble: no consientas

Que volubilidad, pueda haber mía;

No huí por las Nereidas: no podría

De ellas, de ti escapar, al fin de cuentas.

 

No las mentí jamás. Sincero cuentas

Corazón, cada reina que en ti había;

Cuántas ondinas, cuántas yo quería

Y náyades que fueron tan contentas.

 

Mas desde que llegaste, el pobre nauta

Que un día a bellas playas arribara

Mísera sombra cual rival de Orfeo,

 

Sonó en el glauco abismo dulce flauta,

Y sin pensar en pérfidas que amara

Con la luz se engrilló del Himeneo !

 

 

Extraído de

 

ANTOLOGÍA DE LA POESÍA BRASILEÑA. Selección, inroducción y traducción de ÁNGEL CRESPO.   Barcelona: Editorial Seix Barral, 1973.
 Serie Mayor 15.  440 p. ISBN 84-322-3815-5   Ex. bibl. Antonio Miranda

Traducciones de ÁNGEL CRESPO:

 

                Anima rerum

         ¡Oh almas inmortales, momentáneas esposas
        Del Cuerpo —arcilla frágil que imperfección destila —
        Almas,  ¿a donde vais después que se aniquila
        La Carne y cae en el Misterio de las Losas?

        Alma que siento en mí, Alma que en mí reposas,
        Alma que eres mi yo, respóndeme, Sibila.
        ¿Ascenderás un día a región más tranquila
        O estarás en la Tierra, palpitando en las Cosas?¡
       
        ¡Búscalo en la Flor, Madre cuyo hijo murió un día!
        ¡Oh Novio que La crees sin brillo, muerta y fría!
        ¡Ella vive en el Cielo, estrellado y profundo!

        El Alma, cada piedra, guarda de un Insensible.
        Hombres, temed al Mar: él es el reino horrible
        De Almas que sin Amor vivieron en el Mundo.

 

        La Belleza

        Astros, lucid. Que vuele en el infinito
        Y vague vuestrta luminosa coma.
        Flores, andad: abríos como el grito
        De una virgen violada, al cielo aroma.

        Auras, cantad un himno. Que ella assoma
        A la puerta del templo de granito.
        Diosa, visión, mujer, demônio o mito,
        Mirad la aparición que a todo doma.

        Un coro gigantesco canta ahora,
        Aplaude la hermosura resplendente,
        Fuente eterna de amor, perpetua aurora.

        La aclamación aumenta, crece, crece...
        La suprema belleza, indiferente,
        Ríe de ese fervor, desaparece.
 


ANTOLOGIA DE SONETOS PIAUIENSES [por]  Félix Aires.  [Teresina: 1972.]   218 p.            Impresso no Senado Federal Centro Gráfico, Brasília.
                                                                    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

        ESTRANHAS LÁGRIMAS

      
Lágrimas...  Noutras épocas, verti-as,
       Não tinha o olhar enxuto, como agora.
       — Alma, dizia então comigo, chora,
       que assim minorarás as agonias! —

       Ah! Quantas vezes, pelas faces frias,
       umas, outras após, a toda hora,
       gota a gota rolando, elas, outrora,
       marcaram noites e marcaram dias!

       Vinham do oceano dalma imenso e fundo,
       de espuma as ondas salpicando o flanco,
       numa fremência amargurada e louca.

       Nos olhos hoje as lágrimas estanco...
       Rolam, porém, sem que as descubra o mundo,
       sob a forma de risos, pela boca!

*

Página ampliada e republicada em março de 2023

 


       

       

 

 

Página publicada em dezembro de 2008; ampliada em agosto de 2018


Voltar para o Topo da Página Voltar para a Página de Poesia Iberoameriacana  Brasil

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar