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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Fonte: asescolhasafectivas.blogspot.com  

FELIPE NEPOMUCENO 


Nasceu em Sao Paulo, 1975. Fotógrafo e artista plástico, estudou na New York  School of Visual Arts. Escreveu os livros ‘O Marciano’ (1997), ‘Calamares’ (1999), ‘Fotonovelas’ (2000) e ‘O Aquário (2001), todos publicados pela Editora 7 Letras.

Teve trabalhos divulgados na revista Inimigo Rumor n. 3. Participou da antologia Esses Poetas, organizada por Heloísa Buarque de Hollanda. 

TEXTOS EM PORTUGUÊS    /    TEXTOS EN ESPAÑOL
 

De
CALAMARES
Rio de Janeiro: Inimigo Rumor, 1999.
 

AS COISAS SÃO ASSIM

 

Quando você esquece o guarda-chuva é um sinal

eu falo, você não

obrigado por ter ligado: é um sinal

eu falo, você não

ganhei um par de cinzas no paraíso

não fale demais

caminhei hoje pela noite buscando você

meus olhos estão doendo

e não gosto de computador

seus olhos

podem mais que seu amor.

 

 

VOCÊ MANDOU UM ENVELOPE VAZIO

 

Um deserto,

uma escada desfeita pelo tempo

e sonhei você desenhando histórias:

 

o personagem cruzava pontes de papel.

 

 

ESPERO

 

Um dia de muito calor,

tua angústia imbecil,

tuas flores,

me vês e não te vejo.

 

Por quê tudo que fazes quer dizer: espero?

 

 

ESCREVO O QUE VIVO

 

Aqui em casa tem dois gatos:

 

um velho melancólico

e  um jovem intrometido.

 

Eles gostam de brigar

e ficar se olhando de longe.

 

O velho é apaixonado

por uma gata impossível

que mora aqui ao lado.

 

O jovem olha pela janela

e come passarinhos.

 

 

A CANÇÃO DESESPERADA

 

O verão deste ano

é frio.

 

Estou no Rio de Janeiro

mas o meu amigo não está

 

(se foi por aí, como às vezes

vão as pessoas, sem decidir)

 

Merda.

 

Por que te escrevo, se não estás aqui?

 

 

 

O tempo

em que te emocionam

tuas próprias palavras,

 

o tempo de um esquecimento,

 

a duração de um tempo:

seu ritmo, seu ritmo.

 

O tempo contém processos criminais.

 

 

De
O MARCIANO
Rio de Janeiro: Sette Letras, 1997

 

A NOITE CLARA NO TETO

Horas não contêm
ausência ou intervalo.
A memória demora,
enquanto a noite clara no teto
ofusca desencontros,
sua janela aberta.


INFÂNCIA


Infância fica em país vizinho.
Edifícios com telhas,
ruas que não termina sempre.
O telefone quatro dígitos,
o piano tocando lógica barroca
e a neve via água antes de chegar.

 

KINGSTON

A maconha é proibida, a pobreza não.
A rua mais alta se chama Skyline.
Jamaicanas vão estudar economia
em ilha vizinha.

Jamaicanos dizem no problem.

 

BUENOS AIRES

O ar da cidade assovia música,
Buenos Aires deveria se chamar Piazzola.
Submarino, copos, Quilmes e choripan.
Maradona, Cortázar e Mario Kempes.

Mulheres lindas não precisam ter nome.


CIDADE DO MÉXICO

Crianças comem alegrias
e respiram fumaça
pensando que estão mais perto do céu.

Todo mês tem festa e riso, morte.
Derrotados guerreiros astecas
bebem tequila,
resistindo ao tempo e à distância.

Existem muitos mexicanos
espalhados pelo mundo.

 

 

NEPOMUCENO, Felipe.  Calamares.  Rio de Janeiro: Inimigo Rumor, 1999.  ISBN 85-7388-159-3   63 p.  14x21 cm. Edição bilíngue Português-Español. Trad. Eric Nepomuceno e Felipe Nepomuceno.   Col. A.M. (EA)

 



O tempo
em que te emocionam
tuas próprias palavras,

o tempo de um esquecimento

a duração de um tempo:
seu ritmo, seu ritmo.

O tempo contém processos criminais.



YA

El tempo
en que te emocionan
tus propias palavras,

El tempo de su olvido,

la duración de un tempo:
su ritmo, su ritmo.

El tempo contiene processos criminales.


ESCREVO O QUE VIVO

Aqui em casa tem dois gatos:

Um velho melancólico
e um jovem intrometido.

Eles gostam de brigar
e ficar se olhando de longe.

O velho é apaixonado
por um gata impossível
que mora aqui ao lado.

O jovem olha pela janela
e come passarinhos.

 

ESCRIBO LO QUE VIVO

Aquí em la casa hay dos gatos:

un viejo melancólico
y un joven entrometido.

Les gusta pelear
y mirarse a lo lejos.

El viejo es el enamorado
de una gata imposible
que vive aqui al lado.

El joven mira por la ventana
y come pajaritos.

 

POSSO VER O QUE ESCREVO

Você diz:

rua
e o café
e é terça-feira
e o que vive?

Posso ver o que escrevo.

 

UNO PUEDE MIRAR LO QUE ESCRIBE

Dices:

calle
y el café
y es martes
¿y lo que vive?

Uno puede mirar lo que escribe.

 

 

NEPOMUCENO, Felipe.  Mapoteca.  Rio de Janeiro: 7 Letras; São Paulo: Cosacnaif, 2009.   226 p.  (Col. Ás de Colete, 23)    11,5x18,5 cm.  “ Felipe Nepomuceno “ Ex. bibl. Antonio Miranda

 

As coisas são assim

 

Não fale demais,             

não dificulte a chegada do amor

 

Quando você esquece o guarda-chuva é um sinal

eu falo, você não

obrigado por ter ligado: é um sinal

eu falo, você não

ganhei um par de cinzas no paraíso

não fale demais

caminhei hoje pela noite buscando você

meus olhos estão doendo

e não gosto de computador

seus olhos

podem mais que seu amor.

 

 

Las cosas son así

 

No hables demás,

no dificultes la llegada del amor

 

cuando olvidas el paraguas es una serial

yo hablo y tú no

gracias por llamarme: es una serial

yo hablo y tú no

gane un par de cenizas en el paraíso

no hables demás

caminé hoy por la noche buscándote

me duelen los ojos

y no me gusta el ordenador

tus ojos

pueden más que tu amor. 

 

 

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL

De
CALAMARES
Rio de Janeiro: Inimigo Rumor, 1999.
(escritos originalmente em castellano)
 

LAS COSAS SON ASÍ

 

No hables demás,

No dificultes la llegada del amor

 

cuando olvidas el paraguas es una señal

yo hablo y tú no

gracias por llamarme: es una señal

yo hablo y tú no

gané un par de cenizas en el paraíso

no hables demás

caminé hoy por la noche buscándote

me duelen los ojos

y no me gusta el ordenador

tus ojos

pueden más que tu amor.

 

 

MANDASTE UN SOBRE VACÍO

 

Un desierto,

una escalera desecha por el tiempo

y te soñé dibujando historias:

 

el personaje cruzaba puentes de papel.

 

 

ESPERO

 

Un día de mucho calor,

tu angustia imbecil,

tus flores,

me ves y no te veo.

 

¿Poe qué todo lo que haces quiere decir: espero?

 

 

ESCRIBO LO QUE VIVO

 

Aqui en casa hay dos gatos:

 

un viejo melancólico

y um joven entrometido.

 

Les gusta pelear

y mirarse a los lejos.

 

El viejo es el enamorado

de una gata imposible

que vive aquí al lado.

 

El joven mira por la ventana

y como pajaritos.

 

 

LA CANCIÓN DESESPERADA

 

El verano de este año

es frío.

 

Estoy en Rio de Janeiro

pero mi amigo no está

 

(se fue por ahí, como a veces

van las personas, sin elegir).

 

Mierda.

 

¿Por qué te escribo, si no estás aquí?

 

 

YA

 

El tiempo

en que te emocionan

tus propias palabras,

 

el tiempo de un olvido,

 

la duración de un tiempo:

su ritmo, su ritmo.

 

El tiempo contiene procesos criminales.

 

 

 

 

 

 

Página publicada em junho de 2008. amplida e republicada em julho 2012. ampliada e republicada em novembro de 2014.




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