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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


BRUNA BEBER 

BRUNA BEBER 

(Rio de Janeiro, 1984)  Estudió comunicación social y publicidad. Su primer libro es a fila sem fim dos demônios descontentes (7 Letras, 2006). Há publicado crônica, reseñas y poemas em sitios electrónicos y revistas brasileñas como Portal Literal, Entrelivros, Paralelos, Escitoras Suicidas, A Máquina do Mundo, Capricho y em Latin Log. 

Bruna Beber é carioca, sim, de São João de Meriti, e agora reside em São Paulo, onde segue escrevendo, escrevendo, escrevendo...

http://www.portalliteral.com.br/links/didimocolizemos-bruna-beber
 

TEXTOS EM PORTUGUÊS      -        TEXTOS EN ESPAÑOL

 

IODO (GALCTINHA BULEVERSADA)

se algemo os pés à lua
confundo pisos com tetos
raízes com galhos
vermes com astros

e não vejo mais
 a minha sombra

cabelos giram hélices
centrifugam pássaros e aviões
as mãos malabarizam
o vento no espaço

não vejo mais
a minha sombra

cuspo na terra o sangue
que desceu à cabeça

até que caia do céu
minha última gota.

 

NEIGHBORHOODS

se o mundo não fosse
esse aterro de
máquinas
barbas
pilhas

débitos
prazos
e canetas
marca-texto

medos
dúvidas
e embalagens
tetrapak

se o mundo não fosse
um aterro de babacas
ou se o mundo não fosse
um abrangente
e resumido
aterro de sinônimos

e se essa rua
se essa rua
fosse tua
eu ia me mudar pra lá.
 

De

Bruna Beber

balés

Rio de Janeiro: Língua Geral, 2009

ISBN 978-85-60160-47-1

 

 

dotes

 

coleciono mas não leio

cartas antigas, anúncios de almanaque

em latas de goiabada nolasco

 

sei que estou em permanente mudança

porque todos os dias abro e fecho

gavetas e caixas

 

no entanto aprendi pouco sobre apostas

e temporais, só sei que levam

muito mais do que trazem.

 

 

 

ludíbrio

 

vou enterrar cada parte

junto ao rasto impreciso

dos mínimos sinais

 

e sobre cada indício

construir um cemitério

de notícias

 

qualquer dia apareça

de surpresa

como um soluço.

 

 

ARTIGOS PARA PRESENTE

 

aos corações namorados

desejo uma forração de pneu

para tratores, é desnivelada

a estrada do amor

 

e o raro dom de transformar

as máquinas pesadas de convivência

em miniaturas de máquinas pesadas

da convivência

 

uma jaqueta corta-frio para distâncias

convenientes e forçadas, brigas de quarta

série primária e joguinhos de salão

ao relento, já aos corações devotados

 

aos seus corações namorados desejo,

sobretudo, o enrosco, aquele laço fatal

do nenhenhem do carinho e o tempo

medido por um relógio de pulso quebrado.

 

 

 

 

BEBER, Bruna.  Rapapés & apupos.  Rio de Janeiro: 7Letras, 2012.  54 p.  13x18 cm.  Ilustrações Francine Jallageas.   ISBN 978-85-7577-905-7    Col. A.M.  ]

 

paulo do almoxarifado

meu coração marinheiro
e sertanejo quer rimar

amor com barco, cheiro

de mar e cheiro de mato

com moda de viola

e garrafão de vinho

ser pirata no farol

e na roça

pra dentro

pra fora

duma moça prendada.

 

verbo irregular

 

pra sempre é passado

é mais uma promessa

apostando corrida

com todas as outras

na escadaria da Penha

 

voltaria atrás

de joelhos

 

pra chegar primeiro

no futuro

 

porque se o tempo cura tudo

e o futuro a deus pertence

não vou duvidar

que milagres acontecem

 

mas pra sempre vou achar

não quero me especializar

em ter certezas, em fabricar

situações definitivas

 

BEBER, BrunaRua da padaria.  Rio de Janeiro: Record, 2013.  68 p.   13,5x20 cm.  ISBN 978-85-01-40275-2  Projeto gráfico: Patricia Chmielewski.   Col. A.M. 

 

4. a farmácia

um sentimento
zinho sem nome

e por isso
tremendo

chamaremos
de aquilo

que sobra
aquilo que falta

uma purificação
a vontade

irresistível
de nomeá-lo.

 

10. o pecúlio

estou sempre indo ao seu encontro
chego de costas pra você achar que estou indo embora
saio de frente pra você achar que estou chegando
estou sempre perdido indo ao seu encontro

é assim a minha vida e o meu calendário
eu estou sempre indo ao seu encontro
não preciso ir mais longe pra saber
que estou sempre indo ao seu encontro.

 

 

 

 


TEXTOS EN ESPAÑOL
  
Traducción de Cecilia Pavón
 

YODO  (GALAXITA BULEVERSADA)

si ato mis pies a la luna
confundo pisos con techos
raíces con ramas
gusanos con astros

y no veo más
mi sombra

cabello gira hélice
centrifugando pájaros y aviones
las manos hacen malabares
con el viento del espacio

no veo más
mi sombra

escupo en la tierra la sangre
que me bajó a la cabeza

hasta que caiga del cielo
mi última gota.

 

NEIGHBORHOODS

si el mundo no fuera
ese terreno de
máquinas
barbas
pilas

débitoS
plazos
y lapiceras
rotuladoras

miedos
dudas
y envoltórios
tetrabrik

si el mundo no fuera
un terreno de estúpidos
o si el mundo no fuera
un abarcador
y resumido
terreno de sinônimos

y si esa calle
si esa calle
fuera tuya
yo me mudaria para alllá.


Extraído de: CAOS PORTATIL – POESÍA CONTEMPORÁNEA DEL BRASIL
 – EDICIÓN BILINGUE. Selección de Camila do Valle y Cecília Pavón. Traducción de Cecilia Pavón. México:  Edicones El Billar de Lucrecia, 2007.  ISBN 978-970-95317-2-5
Apoyo del Fonde Nacional para la Cultura y las Artes

Página publicada em maio de 2009

 


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