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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

RUTH ANA LÓPEZ CALDERÓN

 

Ruth Ana López Calderón, nació en Sucre -  Bolivia el 10 de febrero de 1968.  Es Secretaria Ejecutiva. Comenzó a escribir a fines del año 2010.

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  - TEXTOS EM PORTUGUÊS

       

        MIGAJAS

 

Adentrado en los extramuros
alejado de los intocables y sus festines,
escarba los desperdicios, busca migajas,
unas migajas para mitigar el hambre.

Y sus sueños... ¿dónde están?

 

Tal vez en las astillas

del pupitre que endulzó su infancia, en las escasas hojas
de un cuaderno,

y el pedazo de lápiz sin goma de borrar.

 

El aire lo envuelve en desprecio y abandono y la soledad desquicia sus harapos:

 

No hay futuro en sus noches sobre el pavimento sucio.

 

        (Sin óbolos para Ciáronte, 2014)

  

 


XXXI  INTROSPECCIÓN

 

Transita caminos insospechados
buscando su propio encuentro,
interminables rutas
donde los deseos escondidos en fosas
bordean vastísimos abismos.

 

Cientos de recovecos

junto a la borrasca del alma

que yace solitaria,

confundida por múltiples voces

sentenciada a luchar contra su propia esencia.

 

Falsa pretensión de vida

Visión errática en el espejo,

y esas lagunas mentales donde todo se ahoga.

 

Una extenuante travesía

le permite ser juez y verdugo de su condena.

 

Milagro insospechado
cuando escucha esa voz agonizante
— es outro yo encarcelado en el penal del tempo…

Dice…

 

        (Itinerario de una metamorfosis, 2016)

 

 

 

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http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/bolivia/bolivia.html

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução: ANTONIO MIRANDA

 

MIGALHAS

Adentrado nos extramuros
distanciados dos intocáveis e suas festas
escarava os desperdícios, busca migalhas,|
umas migalhas para mitigar a fome.

E seus sonhos…
onde estarão?

Talvez nas farpas
da escrivaninha que adoçou sua infância, nas
escassas folhas de um
caderno,
e o pedaço de lápis sem borracha de apagar.

O ar envolve-o no desprezo e abandono
e a soledade bagunça seus farrapos:

Não existe futuro em suas noites sobre o piso sujo.

 

        XXXI – INTROSPECÇÃO

 

Transita por caminhos inimagináveis
buscando seu próprio encontro,
intermináveis rotas
onde os desejos escondidos em fossas
margeiam vastíssimos abismos.

Centenas de recovecos
no temporal da alma
que jaz solitária,
confundida pelas vozes múltiplas
condenada a lutar contra sua própria essência.

Falsa pretensão de vida
Visão errática no espelho,
e essas lagoas mentais onde tudo se afoga.

Uma extenuante travessia
permite ser juiz e verdugo de sua condenação.

Milagre insuspeito
quando escuta essa voz agonizante
chamando liberdade
— é outro eu encarcerado na prisão do tempo —
Diz….

 

Página publicada em fevereiro de 2017


 
 
 
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