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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

LILIANA CHAVEZ

 

 

CHAVEZ, LILIANA TERESA. Narradora y poeta nacida en la localidad cordobesa de Deán Funes en 1956. Como poeta, recibió el Premio Municipalidad de Córdoba –Autores Inéditos 2003 .- Mención Especial /conjunto de poemas en el Concurso Internacional IV Centenario del Quijote – Rosario 2005 .- 2º Premio Certamen Nacional Fantasías 2006 – Morón, Buenos Aires; 2º Premio X Certamen Nacional Mar de Ajó 2006.- 1º Premio Ciudad de Villa Nueva, Córdoba 2006.

Participa en Encuentros provinciales, nacionales y latinoamericanos de Poetas.

Feria del Libro Córdoba 2004 con el grupo Gente de Palabra de la Biblioteca Córdoba . En el 2005/ 2006 en Recitales Poéticos organizados por Escritores Cordobeses Asociados (ECA) y como integrante del Grupo de Poesía “El Atico”.

 

Sola

 

He quedado

cercada,

sobre un derretido círculo

de piedra,

con el abierto grifo

de sal

sobre la herida.

 

 

ARTE POÉTICA

 

Que la poesía no sea una vaca flaca

sino de robusta osamenta,

abundante y sabrosa carne.

 

Sea de faisán

la chanfaina que se haga con su sangre.

que se chupen los dedos las almas al probarla.

 

Un buen vino siempre lo acompañe.

Café, postre, cigarrillo.

 

Ondule las caderas.

Haga el amor en la mesada de la cocina.

 

Que sea el tronco donde habitan las hormigas.

La voz prendida del peñasco.

 

Cada tanto lluvia mansa,

Pedrea cada tanto.

 

Transmute ave en dinosaurio

de orquídea a cardo.

 

Deje charqui la piel cuando su mano estruje.

Hable desde el fondo del foso.

Mire desde el balcón de una nube.

Aún cuando trituren sus falanges

o la absorban las arenas,

que escupa al cielo su tinta

y el cielo la disemine.

 

No la quiero pájaro, la quiero bandada.

 

 

Amor

 

Esa breve palabra

de calles mal barridas,

de gastadas velas,

no disimula

su eterna ansiedad

por verme.

 

 

Anuncio

 

Hostiles y perfectas

como palabras

son esas miradas

que se quedan perplejas

cuando la muerte

habla.

 

 

Cicatriz

 

La niña camina en mi noche.

Conoce las callejuelas de estrellas encendidas.

El boulevard.

El umbral de aquella casa.

Allí se sienta la niña.

No deja que yo la toque.

 

Espera a alguien

y ese alguien no llega.

 

Llora la niña.

No deja que yo la toque.

Nada puedo hacer para secar sus lágrimas

Ni evitar que desarme su cuerpo

como una vieja muñeca.

 

Despierto.

No dejo que a mi miedo nadie toque.

 

Soy una mujer que ha crecido rota.

 

 

Carta

 

Pocas noticias he recibido en este tiempo.

Ese silencio se parece al gato gris que duerme en tu cama.

El felino miro como preguntándome: ¿qué quieres saber?

Voltea la cabeza y sigue con su sueño.

Con mi nostalgia, entonces, voy hacia el patio

                A curar tu duraznero.

 

Que lejos parecen los países donde nunca estuvimos.

Qué extenso el océano cuando separa.

Amarillo el pañuelo blanco de tu despedida.

 

Florecieron tres veces las lavandas sin tu presencia.

El abuelo perdió dos cosechas por la pedrea.

En el baldío de los Aguirre edificaron una casa.

Donde encendías la hoguera de San Juan hay ahora una pileta.

Tengo que decirte algo.

Sé que no vendrás aunque te lo pida.

La mañana del lunes me caso con Isidro.

Preparo la valija. Apenas unas mudas.

Son sólo unos días en la costa.

 

Desde que lo sabe,

tu gato va conmigo a todas partes.

 

 

Sepultura

 

Temblaron como alas

los pétalos de la dalia.

Todos alrededor

se preguntaron,

por qué eligió

el colibrí

esa flor sin fragancia

para morir.

 

 

Del silencio se bebe a sorbos.

 

Nunca el silencio me había succionado

      de este modo. Ni había

encerrado mi hoguera en su palma de amianto.

Ahora,

soy un bicho canasto

bajo su cobertor de hojas.

Soy el lecho remoto del exilio.

El centro contraído de un escapulario.

No ya

las extrañas larvas cotidianas

ni el pequeño grillo que se esconde en mi habitación.

Ahora,

el grito es una voz a penas

apenas una voz

incapaz de atravesar la nada.

Sólo el ojo – que observa y hasta diría se distrae –

se alegra de mi huída,

y aliviado

deja su músculo en reposo.

 

No existe ya un centro para las flechas del ocio

y las palabras

se salvan, finalmente, del naufragio.

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

Tradução: Aidenor Aires

 

                  

 

Fiquei

cercada

sobre um derretido círculo

de pedra,

com um jorro de sal

aberto

sobre a ferida.

 

 

ARTE POÉTICA

 

Que a poesia não seja uma vaca magra

mas de ossatura robusta,

abundante e saborosa carne.

 

Seja de faisão

as viandas que se façam com seu sangue.

Chupem os dedos as almas ao prová-la.

 

Um bom vinho a acompanhe sempre.

Café, sobremesa, cigarro.

 

Requebre as cadeiras.

Faça amor sobre as bancadas da cozinha.

 

Que seja o tronco onde habitem as formigas.

A voz agarrada ao penhasco.

 

Cada porção de chuva mansa,

de granizo cada porção.

 

Transforme ave em dinossauro

da orquídea ao cardo.

 

Resseca fique a pele quando sua mão espreme.

Fale do fundo do poço.

Espie da sacada de uma nuvem.

Ainda que triturem suas falanges

ou a engulam as areias,

cuspa ao céu sua tinta

e que o céu a esparrame.

 

Não a quero pássaro,

bando a quero.

 

 

CICATRIZ

 

A menina caminha em minha noite.

Conhece os becos de estrelas incendiadas.

O boulevard.

O umbral daquela casa.

Lá a menina se senta.

Não deixa que a toque.

 

Espera alguém

E esse alguém não chega.

 

Chora a menina.

Não deixa que a toque.

Nada posso fazer para secar suas lágrimas

nem evitar que se desmanche seu corpo

como uma velha boneca.

 

Desperto.

Não deixo que ninguém toque meu medo.

 

Sou uma mulher que cresceu

despedaçada.

 

 

CARTA

 

Poucas notícias tenho recebido nesse tempo.

Esse silêncio é como o gato cinzento que dorme em tua cama.

O felino olha como se perguntasse: Que queres saber?

Volve a cabeça e continua em seu sono.

Com minha nostalgia, então, vou até o pátio

para cuidar de seu pessegueiro.

 

Que distantes parecem os países onde nunca estivemos.

Que imenso é o oceano quando separa.

Amarelo o lenço branco de sua despedida.

 

Floresceram três vezes as lavandas sem sua presença.

O avô perdeu as colheitas pelo granizo.

No baldio dos Aguirre edificaram uma casa.

Onde acendias a fogueira de São João

há agora uma piscina.

 

Tenho que dizer-te algo.

Sei que não virás, mesmo que implore.

Na manhã de segunda-feira vou me casar com Isidro.

Arrumo a mala. Apenas umas mudas.

São apenas uns dias na costa.

 

 Desde que soube,

teu gato vai comigo a toda parte.

 

 

SEPULTURA

 

Estremeceram como asas

as pétalas da dália.

Todos em torno

se perguntaram,

por que escolheu

o beija-flor

essa flor sem fragrância

para morrer.

 

 

AMOR  

 

Essa breve palavra

de ruas mal varridas,

de velas consumidas,

não dissimula

sua eterna ansiedade

por me ver.

 

 

ANÚNCIO

 

Hostis e perfeitas

como as palavras

são esses olhares

que ficam perplexos

quando a morte

fala.

 

 

O SILÊNCIO BEBE-SE AOS GOLES

 

Nunca o silêncio me havia sugado

Desta maneira. Nem havia

fechado minha fogueira em sua  palma de amianto.

Agora,

sou uma lagarta

sob seu cobertor de folhas.

Sou o leito remoto do exílio.

O centro apertado de um escapulário.

Não mais as estranhas larvas cotidianas

nem o pequeno grilo que se esconde em minha

casa.

Agora,

O grito pé uma voz apenas

apenas uma voz

incapaz de atravessar o nada.

Só o olho – que observa e até diria que se distrai –

alegra-se com minha fuga,

e aliviado

deixa seu músculo em repouso.

 

Já não existe um centro para as flechas do ócio

e as palavras

se salvam, finalmente, do naufrágio.

 

 

Página publicada em dezembro de 2007.

Indicação de Rolando Revagliatti.



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