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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



GERARDO LEWIN

 

Nació en Buenos Aires (ciudad donde reside actualmente) en 1955. Egresado de la Escuela Nacional de Arte Dramático, cursó estudios de posgrado en Dirección Teatral en la Universidad de Tel Aviv.Participó como actor en diversas puestas teatrales. Se desempeñó asimismo como docente y como traductor.Publica habitualmente poemas en diversos sitios de Internet.Co-dirige el ciclo de poesía El Orate y la Musa. Publica traducciones de poesía hebrea en su blog De_canta_sion.

Además de poemas, escribe cuentos y obras teatrales.

En 2003 editó el poemario “Amores Muertos”, editorial El Jabalí. Tiene en preparación el poemario “Tránsito”. Más en gerardo.lewin@velocom.com.ar


 


TRÁNSITO

 

Lento

avanza el tránsito.

Pétreos estamos

entre calles y calles.

 

En vano mil cartas enviadas

desde un extremo al otro de mi vida.

No sé cómo leerlas ya

ni qué he de responder.

Aquí están, como rescoldos fríos

de pasadas hogueras.

 

Tarde pasé por el lugar

donde el poema estuvo.

No trascendí el umbral

de donde las palabras se suicidan

saltando, como polvo disperso

de pasiones perdidas,

hacia ese abismo agazapado.

 

Lento tránsito.

 

Mientras tanto

voy abriendo las cartas una a una

con fatigada ira, violento y triste,

asesinando a puñaladas un recuerdo:

tinta desleída por los años,

ilusiones que olvidaron morir.

 

 

LENTA LUZ

 

Desconocemos, de estos cuerpos que chocan,

significado, dirección, resabios de voluntad

atravesada por dragones, por deseos fulmíneos.

 

Qué fue de la promesa, del laurel.

Las ropas susurrantes de la luz.

 

Y ya en la oscuridad,

vuelven a mí las cosas esenciales,

el estribillo triste de la polilla ciega:

se acabó la función.

 

Como un dios descastado

¿estoy dispuesto a envejecer tras estas líneas?

 

Abro mi corazón a mis verdugos:

no volveremos, amigos, a vivir.

 

 

MISIÓN IMPOSIBLE

 

...su misión, Jim,

si decide aceptarla...

 

Yo sé lo que es

vivir oculto y escapando,

solo.

El asco triste,

los encuentros furtivos,

los deseados imprevistos.

 

Otra vez:

cenizas de mensajes

que me son destinados,

palabras que en mis manos se deshacen.

 

Largos años de entrenamiento

en el amor y la traición;

hombres y mujeres abandonados

tras la líneas enemigas.

Nunca nadie vio en mí

sino mis máscaras.

 

Quedan poemas mínimos

que ocultos sanedrines disfrutarán.

Archivos congelados

en ministerios casi inexistentes.

 

Y por supuesto:

debes negar cualquier conocimiento

de mi memoria o de mi nombre,

o de todas las promesas doradas

de nuestra deshecha juventud.

 

 

MICRÓFONO ABIERTO III

 

Han llegado en silencio

desde extremas regiones.

Insomnes, mendicantes,

amnésicos, furtivos.

 

Buscan una promesa que en tus papeles sobrenada.

¡Tu voz! que reverbera en el fondo del lago.

 

Eres una oquedad declamatoria,

una piedra con la que ya quisieran dialogar.

 

Hablas. Densa capa de ceniza los sepulta.

Hoy cualquiera es poeta y en breve

nadie recordará sus rostros

porque fueron audiencia momentánea,

público que asistía a sus propias exequias,

ejércitos dormidos y enterrados.

 

Silente incomprensión, fidelidad adormilada. Siglos.

 

E insensatos arqueólogos

que intentarán desentrañar

el oculto mensaje

que en sus pupilas transmitiste:

 

...no era esto

lo que quise decir.

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TEXTOS EM PORTUGUÊS

Tradução de Roxana Lewin

 

 

TRÂNSITO

 

Lento

Avança o trânsito.

Pétreos estamos

entre ruas e ruas.

 

Em vão foram mil cartas enviadas

desde um extremo ao outro da minha vida.

Não sei já como lê-las

Nem o que hei de responder.

Aqui estão, como rescaldos frios

de passadas fogueiras.

 

Tarde passei pelo lugar

onde o poema esteve.

Não ultrapassei o umbral

de onde as palavras se suicidam

pulando, como pó espalhado

de paixões perdidas,

a esse abismo acaçapado.

 

Lento o trânsito.

 

Enquanto isso

vou abrindo as cartas uma por uma

com fatigada ira, violento e triste,

assassinando de punhaladas uma lembrança:

tinta delida pelos anos,

ilusões que esqueceram morrer.

 

 

LENTA LUZ

 

Desconhecemos, destes corpos que chocam,

significado, direção, ressaibos de vontade

atravessada por dragões, por desejos fulmíneos.

 

O que foi da promessa, do lauro.

As roupas sussurrantes da luz.

 

E já na escuridão,

Voltam a mim as coisas essenciais,

o estribilho triste da traça cega:

acabou-se a função.

 

Como um deus extinto,

estou disposto a envelhecer por trás destas linhas?

 

Abro meu coração a meus verdugos:

não voltaremos, amigos, a viver.

 

 

MISSÃO IMPOSSÍVEL

 

...sua missão, Jim,

caso decidir aceitá-la...

 

 

Eu sei o que é viver

oculto e fugindo,

só.

O nojo triste,

os encontros furtivos,

os desejados imprevistos.

 

Outra vez:

cinzas de mensagens

que me são destinados,

palavras que em minhas mãos se desfazem.

 

Longos anos de treinamento

no amor e na traição;

homens e mulheres abandonados

trás as linhas inimigas.

Nunca ninguém viu em mim

mais do que minhas máscaras.

 

Restam poemas mínimos

que ocultos sinédrios desfrutarão.

Arquivos gelados

em ministérios quase inexistentes.

 

E obviamente: deves negar

qualquer conhecimento

de minha memória ou de meu nome,

ou de todas as promessas douradas

de nossa desfeita juventude.

 

 

MICROFONE ABERTO III

 

Chegaram em silêncio

desde extremas regiões.

Insones, mendicantes,

amnésicos, furtivos.

 

Buscam uma promessa que em teus papéis sobrenada.

Tua voz! que reverbera no fundo da lagoa.

 

És um vazio declamatório,

uma pedra com a que queriam dialogar.

 

Falas. Densa capa de cinza os sepulta.

Hoje qualquer um é poeta e daqui a pouco

Ninguém lembrará de seus rostos

porque foram audiência momentânea,

público que assistia a suas próprias exéquias,

exércitos dormidos e enterrados.

 

Silente incompreensão, fidelidade adormecida. Séculos.

 

E insensatos arqueólogos

que intentarão desentranhar

a oculta mensagem

que em suas pupilas transmitiste:

 

...não era isto

o que quis dizer.

 

 




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