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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



DANIEL CHIROM

(1955-2008)

Nasceu em 1955, è advogado, jornalista e autor de vários livros, entre os quaisCrónica de Robledo Puch (1975), Los Atlantes (1979), La Diáspora (1983) eEl Hilo de Oro (1989), pelos quais recebeu premios e reconhecimentos da críticaespecializada. Apresenta um program de poesia e música na Radio Nacional daArgentina, muito prestigiado pelo público e dirige a Revista Ilustrada de PoesíaEl Jabalí que circula desde 1993 ( eljabali@fibertel.com.ar ), também em versao na web_ www.poesiaeljabali.com.ar . Seus poemas já foram traduzidos a outrosidiomas, incluidos em antologias e, inclusive, na revista Laufschriet, recopilandoversos de poetas judeus da diáspora.

DANIEL CHIROM

O poeta, pesquisador e editor DANIEL CHIROM,  durante sua apresentação na sessão magna da I BIENAL INTERNACIONAL DE POESIA DE BRASILIA ( de 3 a 7 de setembro de 2008 ).

TEXTO EN ESPAÑOL y/e TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda

 

Poemas extraídos de la revista chilena

LA PATA DE LIEBRE,

dirigida por el poeta Aristoteles España:

 www.lapatadeliebre.cl

 

 

Homero

Mi alma se acostumbró a este oscuro paisaje.
Tras mis pasos
vendrán otros a poblar estas sombrías estepas
 y como yo
 perderán la luz.
Soy el adelantado de una raza de ciegos.



(de “El hilo de oro”, 1989, Ed.
Último Reino) 

 

 

Homero

 

Minha alma acostumou-se a esta paisagem escura.

Seguindo meus passos

virão outros povoar estas estepes sombrias

e como eu

perderão a luz.

Sou o pioneiro de uma raça de cegos.

 

 

 

Leonardo y “La última cena”

              Por encargo de Ludovico “el moro”
          deletreé durante tres años  la Ultima Cena.
                  No cometí ningún error,
          fue mi voluntad que Cristo y sus apóstoles
            se fueran desintegrando con el tiempo.
           Cuando la cena sea nuevamente servida
             otro Ludovico me encargará rehacerla
              hasta que el vino vuelva a escasear.
            Confío en la eterna sed del hombre.



             (de “La Diáspora”, 1983, Libros de Tierra Firme)

 

 

Leonardo e “A última ceia”

 

Por encomenda de Ludovico “o mouro”

soletrei durante três amos a Última Ceia.

Não cometi erro algum.

foi minha vontade que Cristo e seus apóstolos

fossem desintegrando-se com o tempo.

Quando a ceia seja novamente servida

outro Ludovico vai me encomendar refaze-la

até que o vinho volta a escassear.

Confio na eterna sede do homem.

 

  

 

Candelabros

(Buenos Aires Agora

El Jabalí, 1994). 

 


LA DIÁSPORA
 

Hacia los cuatro vientos,

el polvo del camino nos nubló la vista.

Descendimos

hasta volver.

Estamos en todas partes y no somos nadie,

Sólo la noche nos rescata.

Nuestro horizonte es la cruz del sur

donde ojos entrecerrados

aún tocan música.

 

A DIÁSPORA

 

Aos quatro ventos

o pó do caminho nublou a nossa vista.

Descemos

até retornar.

Estamos em toda parte e nada somos,

só a noite nos resgata.

Nosso horizonte é o cruzeiro do sul

onde os olhos entreabertos

ainda tocam música.

 


 

 

MIGUEL ÁNGEL ESCULPE EL “DAVID”

 

Estas manos que te esculpen

presumiblemente mías

entretejen resplandores y reflejos

que nos son comunes.

Aquí,

en mi taller

estás en plena juventud.

Los músculos fuertes y tensos,

La mirada segura del blanco de su destino.

En tus manos rigurosas

la honda y su piedra con la que derribarás

a tu mortal enemigo, Goliat,

quien desde su altura ni siquiera te sueña.

Mas tú, valiente David

sabes que una ausencia magistral te protege.

Al igual que yo

sientes al campo de batalla como el lugar

donde se consumará tu obra.

 

 

MICHELANGELO ESCULPE O “DAVI”

 

Estas mãos que esculpem

presumivelmente minhas

entretecem resplendores e reflexos

que nos são familiares.

Aqui,

no meu estúdio

estás em plena juventude.

Os músculos fortes e tensos,

o olhar seguro do branco de seu destino.

Em tuas mãos rigorosas

a funda e sua pedra com que derrubarás

o teu inimigo mortal - Golias,

quem desde sua altura nem mesmo te imagina.

Mas tu, valente Davi

sabes que uma ausência magistral te protege.

Tal como eu

sentes o campo de batalha como o lugar

onde se consumará a tua obra.

Mas quando venhas e ocupes o trono

recorda

que no poder não reside a beleza.

  


 

 

ABRAHAM

 

Mago de los juegos eternos,

enséñame el camino a casa

pues deseo hacer el amor,

delirar con el vino

y soñar en los atardeceres.

No para mí este mundo inmortal y silencioso,

no para mí las redes que tejen otros.

El fruto pende henchido de la rama,

la primavera borda el cielo

y una semilla me habita.  
 

Pero cuando venzas y ocupes tu trono

recuerda

que en el poder no reside la belleza.

   

 

ABRAÃO

 

Mago dos jugos eternos,

ensina-me o caminho de casa

pois desejo fazer o amor,

delirar com o vinho

e sonhar nos entardeceres.

Não para mim este mundo imortal e silencioso,

não para mim as redes que outros tecem.

O fruto pende prenhe do ramo,

a primavera borda o céu

e uma semente me habita.

 


 

 

GROUCHO

    A Groucho Marx

 

En cualquier momento el veterinario que se hace pasar por dentista

curará a la señora gorda de su dolor de muelas

y una manada de autos entrará en el hipódromo

con bellas mujeres flotando en el aire

y un grito de orangután con sordina.

En Casablanca

un loco convencido de sí mismo

maneja un avión

con la certeza que estrellarse es lo más lindo del mundo

mientras un habano se hace pasar por empresario de teatro

y monta en un cuarto de hotel

un asilo para cobradores de seguro.

A todo esto,

El flamenco se comienza a bailar en Yugoslavia

y los cañones disparan salvas de nardos.

Camino por las calles de cualquier ciudad

junto a vos, Groucho.

Vamos pateando latas vacías

por detrás de las fábricas,

de los desperdicios;                              

sé que tus mandíbulas se aprietan tanto como las mías.

Conozco más allá de todo ideal

tu desesperación.

Me doy cuenta que falta la gorda en el sillón del dentista.

 

 

GROUCHO

         A Groucho Marx

 

Em qualquer momento o veterinário que se faz passar por dentista

curará a señora gorda de sua dor de dente

e uma manada de automóveis entrará no hipódromo

com belas mulheres flutuando no ar

e um grito de orangotango com surdina.

Em Casablanca

um louco convencido de si mesmo

pilota um avião

com a certeza de que espatifar-se é o mais lindo do mundo

enquanto um havano se faz passar por empresário de teatro

e monta num quarto de hotel

um asilo para cobradores de seguro.

A tudo isso,

o flamenao começa a ser dançado na Iuguslávia

e os canhões disparam salvas de nardos.

Caminho pelas ruas de qualquer cidade

junto a ti, Groucho.       

Vamos dando patadas em latas vazias

dos fundos das fábricas,

dos monturos-

sei que tuas mandíbulas se apertam tanto quanto as minhas.

Reconheço para além de todo ideal

teu desespero.

Percebo que falta a gorda na cadeira do dentista.

 


 

 

MARÍA

 

Desconozco los planes del destino.

Soy el instante

en que la sigla

es enajenada por un secreto.

 

 

MARIA

 

Desconheço os planos do destino.

Sou o instante

em que a sigla

é alienada por um segredo.

 


 

 

PUENTES

 

Puentes,

encendidos y ocultos puentes

que median por sorpresa

entre nuestras intenciones e incertidumbres.

De ellos

nada dicen los libros,

a tientas los buscamos

guiados por nuestras sospechas.

Cuando los encontramos

ya los hemos cruzado.

 

 

PONTES

 

Pontes,

acesas e ocultas pontes

que intercedem pela surpresa

as nossas intenções e incertezas.

Delas

nada dizem os livros,

às cegas as buscamos

guiados por nossas suspeitas.

Quando as encontramos

Já as tínhamos cruzado.

  


 

 

PLEGARIA

 

Señor, mi Señor,

el cielo calla sus rezos,

la sed derrama perlas

sobre los labios del alba.

Un canto enhebrado en abismos

Enciende velas como plegarias.

Ten piedad de nuestra voz,

escucha nuestro silencio.

 

Señor, misterioso Señor,

confunde la lengua de nuestra errancia

con los pasos del desasosiego,

levanta un muro

donde encerrar la mirada,

olvida el olvido y a quienes te aman.

Ten piedad de nuestras manos,

consagra nuestro deseo.

 

 

PRECE

 

Senhor, meu Senhor,

o céu cala suas rezas,

a sede derrama pérolas

sobre os lábios da alvorada.

Um canto desvairado em abismos

acende velas como preces.

Tende piedade de nossa voz,

escuta nosso silêncio.     

 

Senhor, misterioso Senhor,

confunde a língua de nossa errância

com os passos de desassosego,

levanta um muro

onde encerrar a mirada,

esquece o olvido e os que te amam.

Tende piedade de nossas mãos,

Consagra nosso desejo.

 

Poemas extraídos do livro Candelabros. (Buenos Aires

Agora El Jabalí, 1994).

 

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