| CARLOS PATIÑO
 (1934-2013)      Carlos Patiño (Buenos Aires, Argentina, 1934) formó parte del grupo  Barrilete. Prêmio Casa de las Américas de Poesia 1999, Cuba.      TEXTOS EN ESPAÑOL    -   TEXTOS EM PORTUGUÊS     PATIÑO,  Carlos. Esquinas silenciosas.   La Habana, Cuba: Casa de las Américas, 1990.  104 p.     12x19 cm. "Poesia 1990 PREMIO CASA DE LAS AMÉRICAS"   Ex.  bibl. Antonio Miranda              Meditación transcendental            ¿Cuálespalavras
 hacen  un
 poema?
     Felinista   Con tus garras de gata me desgarras la piel me robas mis pedazos y yo me lamo las heridas reconstituyo  células compongo mis tejidos y otra vez con  tus garras me desgarras y otra vez a lamerme en  los rincones y otra vez a sentir que te  clavas en mí con tus garras de gata y me desgarras.                Disenso   Estar partido en dos es delicado cómo puedo subir con poca esta mitad
 las escaleras/cómo podría dormir
 con mi mitad cansada
 de ser esta mitad y no la outra
   partido en dos me sobra medio traje
 partido en dos proseguiré hasta donde me lleve esta mitad que puede menos
   partido en dos y la mitad sangrando.
     Segundo poema para  Maxi    Ahora: ¿quién bañará los broches en los pocilios del café? Ahora: ¿quién llenará con agua los canastos?
   Ahora: ¿quién me preguntará sobre la  luna el talcoy los tomates?
   Ahora, el jabón enflaquece lavándonos las  manos las mesas se creen mesas
 los relojes aburren
 ahora
 la casa es una casa tan ordenada y lógica
 como hileras de cruces
 en los cementerios.
              En esta tarde gris   Adiós mientras las llamas del crepúsculo  asaltan la ventana adiós
 mientras por otra vez descansas tu  mentón en mi pecho adiós
 sin querer ver tus (nuestras) lágrimas inútiles
 como vaciar el cenicero para hacernos creer que hemos fumado  menos adiós
 lógico fin de cada cosa ilógico  principio de no se sabe qué toda la oscuridad en estas cuatro  letras que se dicen/ se escriben/ demasiadas veces para una sola vida adiós nadie sabe de qué somos juguete nadie sabe por qué los crepúsculos  siguen en las ventanas ni sabe alguien por qué todo se vuelve sal en esta última
                                                                             [tarde en que guardo para el invierno que se  viene tu cabellera                                                                             [negra cosquilleando mi abdomen mientras llega la noche
 —que no es la misma noche de hace un  mes—/ mi vida camina ahora hacia algún sitio
 en donde no andarás
 es todo lo que sé lo que me llevo  nadie sabe por qué nadie lo sabe.
         CABARET
 La  muchacha acaricia muchos
 distintos  hombres
 siempre  iguales
 sin  rostro
 entre  la niebla pegajosa
 hasta  que el tiempo
 solamente  se
 extinga.
       Minicatástrofes
 Mundo
 mundo  própio
 mundito
 levantado
 hecho
 en  torno de uno mismo durante años
 de  pronto todo
 comienza  a
 deshacerse
 pequeña  filtración
 y  todo
 cae
 caracol  aplastado
 coraza  con fisuras
 arrastra
 separa
 borra
 mezcla  los desordenes
 hasta  que el viento
 aúlla
 entre  las grietas insoldables
 sin  que alcancen las manos a
 mantener
 unidos
 tantos
 pedazos
 separándose.
           TEXTOS EM PORTUGUÊSTradução de Antonio  Miranda
              Quaispalavras
 fazem  um
 poema?
              Felinista            Com tuas garras de gata me rasgasa  pele  roubas meus pedaços e eu
 lambo  as feridas e outra vez com tuas garras
 componho meus tecidos e outra vez  com tuas garras
 me  rasgas e outra vez a lamber-me nos
 recantos  e outra vez a sentir que cravas em mim
 com  tuas garras de gata e me rasgas.
               Dissidência            Estar partido em dois é delicadocomo  posso subir com pouco esta metade
 as  escadas/como poderia dormir
 com  minha metade cansada
 de  ser esta metade e não a outra
 partido  em dois sobra meio traje
            partido  em dois continuarei até ondeme  leve esta metade que pode menos
 
          partido  em dois e a metadesangrando.
              Segundo poema  para Maxi                    Agora: quem banhará os brochesnos  vasos de café?
            Agora:  que encherá com águaos  cestos?
            Agora:  quem vai me perguntar sobre a lua o talcoe  os tomates?
            Agora,o  sabão enfraquece lavando-nos as mãos
 as  mesas se creem mesas
 os  relógios aborrecem
 agora
 a  casa é uma casa
 tão  organizada e lógica
 como  fileiras de cruzes
 nos  cemitérios.
              Nesta  tarde cinzenta            Adeusenquanto  as chamas do crepúsculo assaltam a janela
 adeus
 enquanto  uma vez mais descansas teu queixo em meu peito
 adeus
 sem  querer ver tuas (nossas) lágrimas
 inúteis
 como  esvaziar o cinzeiro
 para  dar a impressão que fumamos menos
 adeus
 lógico  fim de cada coisa ilógico princípio de não se sabe o quê
 toda  a escuridão nestas quatro letras
 que  dizemos / se escrevem /
 demasiadas  vezes para uma única vida
 adeus
 ninguém  sabe de que somos um brinquedo
 ninguém  sabe por que os crepúsculos continuam nas janelas
 nem  sabe alguém por que tudo se torna sal nesta última tarde
 em  que guardo para o inverno que vem  tua  cabeleira negra
 coçando  meu abdómen
 enquanto  a noite chega
 —que  não é a mesma noite de um mês atrás—/
 minha  vida caminha agora para algum lugar
 por  onde não estarás
 é  tudo o que sei que me leva  ninguém sabe  por que
 ninguém  sabe nada.
       CABARÉ
 A  moça acaricia muitos
 diferentes  homens
 sempre  iguais
 sem  rosto
 pela  névoa pegajosa
 até  que o tempo
 apenas  se
 apague.
        Minicatástrofes
 Mundo
 mundo  próprio
 mundinho
 levantado
 feito
 arredor  de mesmo durante anos
 de  repente tudo
 começa  a
 desfazer-se
 pequena  infiltração
 e  tudo
 cai
 caracol  aplastado
 couraça  com fissuras
 arrastra
 separa
 apaga
 mistura  as desordens
 até  que o vento
 uiva
 entre  as gretas insoldáveis
 sem  que alcancem as manos a
 manter
 unidos
 tantos
 pedaços
 separando-se.
     * VEJA  E LEIA outros poetas CUBANOS em nosso Portal: http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/cuba/cuba.html       Página  publicada em janeiro de 2018; Página AMPLIADAA em janeiro de 2021
 
 |