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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA CONCRETA

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RONALDO AZEREDO 

 

 

 

Ronaldo Azeredo é o único poeta concreto que não escreveu versos.  Muito jovem alinhou-se ao Concretismo e criou algumas de suas peças mais emblemáticas. Por sua simplicidade de construção, estes poemas tornaram-se dos mais conhecidos e serviram até como uma espécie de modelo para a identificação dos procedimentos concretistas de modo geral: o poema como mera representação gráfica de uma idéia abstrata (“velocidade”) ou de um fenômeno natural, etc.

 

Fonte: POESIA CONCRETA / seleção de textos, notas, estudos biográfico, histórico e crítico e exercícios por Iumma Maria Simon, Vinícius Ávila Dantas.  São Paulo: Abril Educação, 1982.   (Literatura comentada)  Obra esgotada no mercado.

 

See also: POEMS AND TEXT IN ENGLISH

 

 


 

Foto de Ronaldo Azeredo, "o mais jovem poeta participante da I Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM de São Paulo, dezembro de 1956, ao lado de uma das folhas de mínimo múltiplo comum, publicado em Noigandres, n. 3 (1956).

Reproduzido do número especial sobre o CONCRETISMO da Revista de Cultura VOZES, n; 1. 1077. Ano 71.

 

         ""Seguindo a ideia de uma "estrutura matemática, planejada anteriormente à palavra" (*1), procura-se no poema o ponto de máximo rendimento do trabalho criador e o momento culminante de um processo produtivo - a própria poesia concreta -, definido como "uma evolução de formas".

 

         Olhando com atenção para o exemplo [acima, poema VELOCIDADE], perguntamo-nos qual o significado desse quadrado de letras se repetindo, surgindo e desaparecendo diante de nossos olhos para formar uma única palavra. Como interpretar a emergência progressiva dessa palavra, desprendendo-se sob nosso olhar de um mesmo núcleo matriz - uma fila repetida de letras V - para compor essa estrutura perfeitamente fechada sobre si? A quase inexistência de matéria conteudística - esse afincado reducionismo semântico - expõe um único indício que somos Obrigados a reconhecer como o conteúdo significativo e explícito deste texto: a formação in situ da palavra "velocidade", ou seja, apresentificação estrutural da natureza que a define e cobra vida em cada leitura, quando nossos olhos, deslizando-se por essa superfície geométrica, imprimem velocidade ao seu conjunto. Aqui, o tradicional conteúdo representacional passa a ser substituído por um jogo perceptivo, firmado na exploração de elementos óptico-sensoriais e no qual a visualidade tem a função de reforçar o caráter objetivo da percepção.

 

         Alargando nosso foco de observação, poderíamos concluir que, tal como acontece no caso anterior, esse poema de Azeredo informa sobre sua própria autogênese, expondo o processo de constituição dessa estrutura geométrica que se revela através de um sintagma visual, para mostrar os instantes de articulação-desarticulação (movimento) palavra que a integra. A finalidade estética residiria em mostrar tal processo na harmonia de linhas de uma estrutura plenamente controlada:esse jogo de letras aritmeticamente dispostas (dez letras compondo

"velocidade", dez espaços compondo cada lado do quadrado que, por sua vez, se divide internamente em dois triângulos) permite à palavra formar-se e deformar-se numa progressão numérica de um elemento a cada fila, para gerar um deslocamento dentro do conjunto e presentificar a velocidade, que é uma qualidade do movimento. Segundo o preceito concretista, é justamente na lucidez de uma forma assim concebida, destituída de qualquer mistério, desprovida de segredos e, portanto, apta a satisfazer as demandas estéticas desse novo leitor genérico, "consumidor de projetos físicos", que se condensa a finalidade da atividade

poética, o que, de acordo com essa lógica, permite incorporar sua produção "ao mundo dos objetos como uma entidade nova" (*2).

 

A partir de agora pode ser estabelecida a relação direta (visível) entre palavra (matéria) e planificação (trabalho), relação essa que constrói o espaço gráfico de realização do poema concreto, de tal modo que pode passar a simular seu espaço de produção poética, ou, em termos mais precisos, o espaço do poema conquistado dentro da produção de bens de consumo. E por essa razão que o espaço consagrado pelo poema concreto não poderia continuar nos limites do verso, já

que a natureza linear deste só permite o exercício de uma leitura homogênea e estática - diacrônica -, imprópria para permitir e/ou captar a nova funcionalidade do poema.

 

   In:    TERESA CABAÑAS -   A Poética da inversão; representação e simulacro na poesia concreta.     Goiânia: Editora UFG,    200,  p. 88-89                  

 

(*1 ) p. 96 de CAMPOS, Haroldo de  et alii. Teoria da poesia concreta. São Paulo: Brasiliense, 1987.
(*2) Idem, p. 107

 


TIC-TAC
(1962)

http://www.poesiaconcreta.com.br/player.php?acao=play&id=206&numero=60

Produzido em 1956, mas publicado somente em 1962, na Noigandres n. 5, "tic-tac" prossegue na exploração do isomorfismo do tipo fisiognômico, observado nas obras estudadas nesta primeira parte do capítulo. Podem-se reconhecer, no texto, cinco palavras: a preposição "até", a expressão "estaca", o verbo "estica", o termo "etc" e a expressão onomatopaica "tictac". A maioria delas sugere um movimento vertical em processo: seja pelo próprio desenho da estaca; seja pela forma como ela é fincada no terreno, em um ritmo bem definido e constante; seja pela ideia de prolongamento/continuidade determinada pelo verbo "estica" e pelo "etc"; seja, ainda, pelo aspecto fisiognômico da letra "t", que, disposta numa linha vertical central, assemelha-se às estacas em sequência. Tudo isso é reforçado pela maneira como o texto se dispõe na página, em uma verticalização acentuada pelo desalinhamento das palavras [como no poema sem título de E. E. Cummings, já comentado). O movimento, vertical e pendular, é demarcado pelo "tictac", onomatopeia da ação do relógio que registra o passar do tempo. Em síntese, a construção do poema se faz sobre suas estacas--palavras/letras, que se prolongam verticalmente e balançam como pêndulo ao longo da página, em um ritmo cadenciado e sem fim: metalinguagem.  (LEITE, Marli Siqueira.  Ronaldo Azeredo: o mínimo múltiplo (in)comum da poesia concreta.  Vitória, ES, EDUFES, 2013.  p. 72

 

 

 

 

NOITENOITENOITE
(1991) 

Em princípio, era um projeto de instalação no Museu de Arte Moderna de São Paulo, que não chegou a ser realizado.  Do “plano-piloto” restou o poema-objeto conceitual, produzido em quarenta e cinco exemplares (ou unidades) apenas.

 “A obra é uma síntese do percurso poético de Azeredo, uma homenagem a Alfredo Volpi, a Patrícia Galvão (Pagu), ao grupo e à revista Noigandres: tudo, sob a luz da lua, em uma espécie de relógio lunar a marcar o "tempo arte", entre 1952 e 1989, como afirma o autor, no texto complementar à obra. A pirâmide — em alumínio anodizado, com 20cm de altura, 28cm de largura e 0,09mm de espessura — apresenta no fundo, em suas faces, as três cores básicas (do ponto de vista da cor-luz): vermelho, azul e verde. A referência a essas cores pode ser compreendida como a recuperação de uma das marcas distintivas da arte concreta [que explora a pureza das formas e das cores em seus trabalhos), como, também, uma homenagem a Volpi, de acordo com o próprio poeta: "as três cores desse universo são uma homenagem ao meu grande mestre e amigo A. Volpi [...]" (AZEREDO, 1991, [s.p.]). O objeto é acompanhado de um texto explicativo, algo comum na arte conceituai: uma tendência que se firmou nas décadas de 1960 e 1970, cujo Ícone foi Marcel Duchamp (1887-1968). Para o artista de origem francesa, o que realmente importava era o questionamento sobre a arte, desencadeado por seus trabalhos e iniciativas.

 

No texto que acompanha a pirâmide, são apresentados o prefácio do poeta M. A. Amaral Rezende, os créditos da produção e uma exposição detalhada pelo autor acerca do trabalho, revelando a equação físico-matemática, base do projeto; t = e/v (tempo é igual a espaço sobre velocidade).”

 

  O detalhamento da obra pode ser encontrada na obra seguinte, páginas 108 a 113, na obra abaixo, que recomendamos:

 

 

LEITE, Marli Siqueira.  Ronaldo Azeredo: o mínimo múltiplo (in)comum da poesía concreta.  Vitória (ES): EDUFES, 2013.  132 p.  20x20 cm.  ilus.  Projeto gráfico e diagramação: Isabelly Possatto.  Capa: Isabelli Possatto e Willi Piske Júnior. ISBN 978-85-7772-155-9  Ex. na bibl. Antonio Miranda

 

 

Pensamento A-Z.  Dez anos sem Ronaldo Azeredo.  São Paulo, SP: Edições Strip (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Poética).. 2016.  s.p.  24x24 cm  Catálogo de exposição sobre a obra do poeta concretista – Grupo Noigandres – Ronaldo Azeredo (poesia concreta). Apresentação de Augusto de Campos.  Ex. bibl. Antonio Miranda. 


“… um trabalho gráfico tão complexo como o que exigia a natureza multiforme de tais peças, mas que constitui, ainda assim, referência incontornável da obra do poeta (…_).  / Ronaldo continuou a produzir os seus poenigmas e assim prosseguiu até o fim, entreabrindo, de quando em quando, os testamentos cerrados de suas ideações nostálgico-biográficas.”      AUGUSTO DE CAMPOS.

 

 

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POEMS AND TEXT IN ENGLISH

 

RONALDO AZEREDO



Born in 1937 in Rio de Janeiro. Since he joined the Noigandres Group in 1956 his concrete poems have appeared regularly in Nogaandres anthologies and Invenção.  According to Decio Pignatari, "Ronaldo Azeredo never wrote versos in his life: directly to concrete poetry. Owns an extraordinary form intuition. Now pursuing a sort of "graphic prose"."  He worked in advertising.
 

 

VELOCIDADE
(1957)

"The Futurists tried to point motion. It was an iconic motion, imitative of reality, like, for exemple, Cesare Simonetti´s  "Trono in coarsa", which has the shape of a projectile. Azeredo´s  poem has a different purupose: its dynamic structure noves  — and by itself. We may only think of abstract iconography. The reiteration fo VVV — a vertiginous decrescendo — givess on the visual level the same semantic information by the final line of the poem." Haroldo de Campos

 

ruasol
(1957)

"The sun´s rays disclosing themselves along the street. In the last line, the blank conveys the solar information, and the s, first letter of sol/sun, pluralizes ruas/streets.  The process becomes endless."  Haroldo de Campos

From: ANTHOLOGY OF CONCRETE POETRY.  Edited by Emmett Williams.  New York: Something Else Press, 1967.

[ CONCRETE POEM ; VISUAL POEMS ]

 

 

 

 

 

 

 

 

 




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