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RICARDO DOMENECK

 

RICARDO DOMENECK

 

 

Natural de Bebedouro (SP), onde nasceu em 1977, Depois de alguns anos em São Paulo, vive hoje em Berlim (Alemanha), onde edita o fanzine HILDA e é o DJ residente da festa semanal Berlin Hilton. Publicou dois livros de poesia: Carta aos anfíbios (Rio de Janeiro, Editora Bem-Te-Vi, 2005) e A cadela sem Logos (São Paulo, Cosac Naify, 2007); e dois ensaios considerados importantes sobre poesia brasileira contemporânea: “Ideologia da percepção ou Algumas considerações sobre a poesia contemporânea no Brasil” (em Inimigo Rumor nº 18) e “Dos figurinos possíveis em um cenário em construção” (no encarte Berinjela da revista Modo de usar & co., 2007).

 

(Página preparada por Salomão Sousa)


Vea también: TEXTO EN ESPAÑOL

 

OS PÉS ALHEIOS NOS PRÓPRIOS GLÚTEOS

 

                   a Hilda Machado e Angélica Freitas

 

 

        Ninguém

                       espera de Medeia

      que engula

                o brio feito broa

se o kit-sobrevivência

                        dita às vezes

             vingança:

                            direciona a proa

          do orgulho

                          à jusante

das consequências

                       a Jasão

             & que claudique

                                Gláucia,

           furunculose

                          na fuselagem

            do meu ego

                            fusível,

sem eco

                e sindicato.

                Até eu,

      Brutus,

             não

                   saberia precisar

        o que Arthur

                     diria estes dias

                 de Guinevere.

                        Não me importa

              a balança

                         deste

                         déficit

    ou se

        o senhor

        promotor

     ousa

                 o sucesso

na condenação

                     do processo

         em prol de Troia

                     das árvores

para o cavalo

             de seu calvário.

          Que traia

quem toma-se por troféu.

       Não

                    sei quem indique

     onde assino que aceito

                        o ponto de combustão

do meu empalhe,

                 o ângulo que auxilie

a gota d´água

          à véspera

              da queda,

                se não choramingo ao fogo

        que me poupe escamas

                    ou não me lamba o estofo:

        tal qual descalço não

                                     hei-de

                     sentir descaso nas bolhas

        que separam, com água,

                            as solas da brasa,

             a derme das cinzas:

                                      que me arda

                 até extinguir -

                                    *eu, mucosa

               hidratada

                          a sal de Ló,

            ensinaria a Bishop

                                    a arte

                     da perda de loterias

            como hábito e destino,

                        e discursaria a cummings

                algo de lonetude em ser

                                        o terceiro ornitorrinco

                   de contrabando

                                em qualquer arca

                de Noé distraído.

                        Isto, sim, one art.

 

 

 

AUTO-RETRATO PARA AGÊNCIA DE ACASALAMENTO

 

A-

pós

a noite

em claro com

Antonioni / Plath / Radiohead

você pergunta-me

pela vida humorosa?

(cf. O. de A.)

auto-devastar-se

a única

art we master,

só nos entendendo

via subtração,

nossos encontros

fantásticos!, cavalheiros,

como anseio

por ele

que piora tudo;

horas

para arrumar-se

e no fim

este trapo?

ornam,

combinam,

caem

tão bem;

aguardo o dia

em que tudo

o que disser-me

o ventríloquo

seja a citação

de alguém algures,

como desaparecer

completamente;

nosso amor durou

quinze hematomas e

a incubação

da escabiose,

minha herança!;

quando acordei,

cada coisa em seu

lugar onde

eu, eu, eu

deixara;

ah! amar é

inter-

ferir,

salvar

se de si

 

(2005)

 

 

ENTELÉQUIA

 

total

idade

mediada

por angulos e novas

operações,

triangular-se

mas coordenada

pela posição empírica

do sujeito

a objeções

como

criatura de

30

ou

criatura de

80

dizendo: "a seara

está branca"

em plenitude, resignação

e as superfícies

concavas, convexas

de Alice B. Toklas

sugerindo a Gertrude Stein

"A rose is a rose is a rose is a rose"

& eu, etc e preferência

escrevo

arroz, arroz, arroz, arroz

ou qualquer brancura

sobre o seu

rosto

sobre o seu

dorso

sobre o seu

sobre

& que eu

sobre quando

esgotarem-se

todas as outras possibilidades eretas

se não

do mundo,

da cidade,

então, esqueça meu nome

se a mim basta-me

um assovio

para que minhas palmas e joelhos

apresentem-se ao seu tapete

e minha saliva não

frustre a minha língua

pois a aprendizagem com

Oswald de Andrade / Frank O'Hara

demonstra que nomear muitas vezes

simplesmente

acalma,

Johannes Göhlich Johannes Göhlich

e venho com este

chamar sua atenção

não-lusófona

conquanto este sujeito

sempre perturba

minhas reflexões

e intromete-se

nos objetos, no ambiente

como se a cutícula

se desprendesse e começasse

a distanciar-se

e fosse obrigado

a admitir

como apêndice

as unhas

 

 

 

PELA ELIPSE CONFUNDIR CAÇA E FUGA

 

Objeto aberto estabelece

a perda onde

antes o

núcleo e ela

olha-se no

espelho e diz "Vossa

Iminência". A mão

dirige-se ao

telefone para fazer

uma chamada mas

um segundo

antes ele toca,

como se

perder a consciência

fosse apenas

o primeiro após 97

dias de

inverno em que

os cafés pôem

de novo

nas calçadas as mesas.

Que delícia usa

o prazer como

desperdício?

Dizer estômago e

pensar de imediato:

"quão vermelho?"

ou o terror do

trem entre

estações e a dança

que estaciona

em meio

ao dançarino,

não, dançarino

que estaciona

em meio à

dança.

 

 

 

 

CÃO SÃO DA EX-ILHA

 

........................a Carlito Azevedo

 

 

o desgosto de cada

passo confirmar o mapa

e o diafragma contraído

entende o queixo

no joelho,

meio-dia e meia

o centro da certeza

que caminha do ,,quero"

ao, não-quero",

palha, fênix, Joana

d´Arc, como perceber

que abismo e precipício

não

são sinônimos

exatos,

como acordar no meio da

noite sem energia

elétrica

e sussurrar com a calma

do fim da força:

equivalendo

silêncio e escuridão,

real

apenas a escolha

da língua, entre-

tanto a

memória

das possibilidades

morre

para que o fato

entre inassistido

nas atas

do verídico;

saiu o sol,

deve estar tudo

bem; subiu a lua,

deve estar tudo

bem;

trocar de pele

continuamente

talvez

leve-me ao centro

e a ausência

me escame

como quem diz

“eu sinto

a falta"

 

********

 

Recomendamos:


 Ricardo Domeneck.  Sons: Arranjo: Garganta.  São Paulo: Cosacnaif; Rio de Janeiro: 7  Letras, 2009. 120 p.   ISBN97885-750377-82
À venda em livrarias ou diretamente com as editoras:
 www.cosacnaif.com.br    e     www.7letras.com.br

=================================================================================

 

DOMENECK, Ricardo.  Corpos e palanques, textos de Ricardo Domeneck.  São Paulo: Dulcinéia Catadora, 2009.  27 p.  Capa de papelão pintada a mão.  16x22 cm.  Col. A.M. (EA)

 

se Perséfone / em alfândegas / da quarentena

 

se cansar do turismo
entre hemisférios
do sim do não
decidir que tudo
mais
vá para o inverno
a maré de azares
entre cafuné e açoite
há sim
de pisotear
em pessoa o camelo
que me ultrapassa
pela direita
insciente
dos semáforos
a cada centímetro
de epiderme couro
escama para tua própria
segurança senhor

 

feitor ausente

à palestra

em que provo

por A

+Z

que "até tu

Brutus" não

é o mesmo                         ,

que "o capitão

afunda                                 »

com o barco"

só resta senhor

credor

equacionar com brio

XY + XY = O

à esquerda

na madeira

que se rebela

contra o fogo

queimando
The End

o prefácio

dos créditos

(in order of disappearance)

do senhor diretor

que não

coadjuva

 

 

 

DOMENECK, Ricardo.  Ciclo do amante substituível.  Rio de Janeiro: 7Letras, 2012.  192 p.  17,5x 24 cm.   capa dura. Foto da capa: Heinz Peter Knes.  ISBN  978-85-7577-903-7577-903-3    Col. A.M. 

 

O acordeonista da Catedral de Bruxelas

 

De Bruxelas eu

esperava tudo, talvez

a reprise

do que ali já vivera,

uma noite ao lado

de Jey Crisfar,

chuva e cansaço,

conversas com taxistas

e árabes, mas não

este acordeonista

loiro de 20 anos

diante da Catedral,

sim, a de Bruxelas,

acordeonista loiro e imberbe,

alto e imundo,

a quem doei 2 euros

num excitativo segundo de tato

entre sua mão e meus dedos fechados

abrindo-se em bojo sobre sua palma,

após fazer com a visão

o rodízio contemplativo e luxurioso,

alternando o foco dos olhos

entre a catedral imberbe e loira

e o acordeonista alto e imundo,

a quem ensaiei, por 20 minutos

que mais pareceram seus 20 anos,

perguntar seu nome, quiçá filmá-lo

com a câmera que deixara

no Berlimbo,

ou imaginá-lo fotografado em série

por Adelaide Ivánova,

Heinz Peter Knes

ou qualquer fotógrafo

íntimo que me cedesse

os direitos autorais

desta imagem loira,

imunda,

para que eu de alguma forma

possuísse

este acordeonista imberbe e alto

em seus 20 anos,

a quem então batizo

em minhas glândulas

e passarei a chamar de Loïc

ou quem sabe Guillaume

pelo resto dos meus dias

após falhar em criar os colhões

de pedir seu nome,

e é assim, sr. Loïc ou Guillaume

aos 20 anos imundo e acordeonista,

que a você eu dedico

diante da alta e imberbe

Catedral de Bruxelas,

estes 2 euros

e uma ereção.

 

Bruxelas, 8 de outubro de 2010.

 

 

 

 

 

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TEXTO EN ESPAÑOL



Introducción al manejo de plagas de insectos

 

a Lúcia Bianco

 

 

y conoció el fuego,

Metcalf y Metcalf,

mismo antes

de la fumigación;

al estúdio cualitativo

del ambiente, desechos

a ser afectados,

inferiores

al umbral económico

o amoroso, que es lo mismo:

subsistência, explotación, crisis

y desastre, no hay

insectos benéficos,

Meyer, Koch y Decker,

y en el pecho

hay hojas,

Gyllenhal,

raíces, donde se siembra maíz

de forma contínua

en busca de una existência

arada, higiénica: el concepto

es abatir la plaga

pero no aniquilaria -

todavía esta idea

no concuerda con a actitud

general

de los amantes ni con la insistencia

respecto a recibir un affair

fresco o sexo

libre de fragmentos de insectos;
por esto, Fosbrooke y Kennedy,
se teme el esparcimiento
de Ia plaga,
se sabe que ciertos
sentimientos necesitan
solo 4 días desde huevo
hasta adulto
a una temperatura de 77°F,
Watt y Duffey:
no es un equilíbrio
estático o extático
sino dinámico, hibernan
bajo el húmus de los bosques
y se explican en el Apéndice;
desde el punto
de vista
intuitivo, es obvio
que aumentan Ias posibilidades
para encontrar un indivíduo
de cualquier especie
entre un número
determinado de espécies,
Shannon-Wiener y Hamamura,
pero es como el
agricultor y la incertidumbre
y ya conocen el comportamiento
en interacciones. Panda
y Van Emden,
como nos seducen
con estímulos
olfativos, visuales, gustativos y táctiles,
como otras características
físicas tales como forma
y color tienen cierta influencia
en Ia búsqueda
del hospedero, Norris
y Kogan,
y como no dudan
a Ia hora de Ia evasión
deste mismo hospedero,
Schoonhoven y Harris,
y se van y se pueden
alimentar u ovipositar
sobre un hospedero cualquier
si no existe otro mejor,
Chippendale y Beck;
me resta el consuelo
y bálsamo
que Ias variedades tempranas
de soya plantadas
en Illinois
maduran a princípios de septiembre
y
en mi cama
por Ia noche
repito, deciduo,
mi oración:
Panonychuspanonychus
Heliothis virescens
Chaohorus astictopns

Aechmophorus
Trichoplusia ni trichoplusia

aparidaceae
Cruciferae
Limnanthaceae
Mayetiola destructor
y no me decido,
Dempster y Comins,
entre extinción o extensión.

 

Babía Blanca, 15 de mayo / Buenos Aires, 17 de mayo de 2006

 

 Página publicada em janeiro de 2009; ampliada e republicada em agosto de 2010.

 

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